Na tarde desta sexta-feira (14), um novo capítulo da violência que assola a Zona Oeste do Rio de Janeiro deixou dois mortos na comunidade do Catiri, em Bangu. O crime ocorreu por volta das 16h, quando um miliciano, vestido inteiramente de preto, foi executado por traficantes da Vila Kennedy, comunidade vizinha. Um morador identificado como William, que estava sem camisa no momento do ataque, também foi morto.
Segundo informações preliminares, o miliciano estava na região cobrando taxas de comerciantes locais quando foi surpreendido por integrantes do tráfico. A ação criminosa resultou em uma intensa troca de tiros, causando pânico entre moradores e trabalhadores da área. William, que não tinha qualquer relação direta com a disputa entre facções, acabou sendo atingido e morreu no local.
A guerra entre milicianos e traficantes pelo controle de territórios tem sido uma realidade cada vez mais frequente na Zona Oeste do Rio. De um lado, a milícia extorque comerciantes e moradores em troca de suposta segurança. Do outro, traficantes tentam expandir seu domínio, gerando conflitos sangrentos. A comunidade do Catiri, que já enfrentava uma rotina de medo e ameaças, se tornou mais um campo de batalha entre esses grupos criminosos.
Relatos de moradores apontam que os disparos foram ouvidos de longe, causando correria e desespero na região. “Aqui, a gente vive pisando em ovos. Hoje foi essa tragédia, mas amanhã pode ser pior. Quem sofre somos nós, que não temos nada a ver com isso”, desabafou um morador, que preferiu não se identificar.
Equipes da Polícia Militar foram acionadas e isolaram a área. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) já iniciou as investigações para identificar os responsáveis pelo crime. Até o momento, não há informações sobre prisões.
A violência no Rio de Janeiro, especialmente na Zona Oeste, tem preocupado cada vez mais a população. O confronto entre milicianos e traficantes já vitimou dezenas de pessoas nos últimos meses, tornando a vida dos moradores dessas comunidades um verdadeiro pesadelo. A sensação de insegurança só cresce, e a população clama por mais ações das autoridades para conter essa guerra que parece não ter fim.
A reportagem segue acompanhando o caso e trará novas atualizações conforme as investigações avançarem.