Há três meses, por ocasião da celebração de seus 200 anos, o Museu Nacional assinou com o BNDES um contrato de patrocínio no valor de R$ 21,7 milhões. Os recursos serviriam à restauração do prédio histórico e fizeram parte da terceira fase do Plano de Investimento para a revitalização do Museu Nacional, e somaram-se a R$ 24 milhões destinados nas duas fases anteriores pelo BNDES. O museu pegou fogo neste domingo, 2.
O valor teria as seguintes finalidades: “A recuperação física do prédio histórico; a recuperação de acervos – de modo a garantir mais segurança às coleções e otimizar o trabalho dos pesquisadores -; a recuperação de espaços expositivos – estimulando maior atração de público e promoção de políticas educacionais vinculadas a seus acervos -; a revitalização do entorno do museu; e o fortalecimento da instituição gestora”, conforme divulgado à época pelo BNDES.


O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, ressaltou que é uma “negligência absurda” a ocorrida neste domingo (2/9) Reprodução/Facebook

Questionado sobre a responsabilidade do Ministério na Cultura, Leitão explicou que o ministério fez um levantamento de tudo o que era necessário para a revitalização do espaço Alexandre Macieira/ Riotur

Representantes do museu destacaram que a tragédia serve de alerta para que outras não ocorram Alexandre Macieira/ Riotur

Um dos elementos mais valiosos é o mais antigo fóssil humano encontrado no país, batizada de “Luzia”, parte da coleção de Antropologia Biológica Reprodução

Patrimônio perdido é incalculável Reprodução/Instagram

Intensa fumaça pode ser vista em todo o complexo do Museu Nacional do Rio de Janeiro Reprodução/Twitter

Centenas de bombeiros foram deslocados para tentar controlar as chamasReprodução/Twitter

Colunas de fumaça e fogo eram vistas à longa distância Reprodução/Twitter
O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, disse que o dano do fogo ao acervo é “irreparável”, e afirmou que o acidente poderia ter sido evitado. Ao tomar ciência do incêndio, ele divulgou a seguinte nota: “Um incêndio está destruindo o Museu Nacional, que pertence à Universidade Federal do Rio de Janeiro. É uma imensa tragédia. Trata-se do museu mais antigo do país. Completou 200 anos em junho. Tem um acervo fabuloso em diversas áreas. Aparentemente vai restar pouco ou nada do prédio e do acervo exposto. A reserva técnica não foi atingida. É preciso descobrir a causa e apurar a responsabilidade. O BNDES assinou em junho um contrato de patrocínio no valor de R$ 21,7 milhões. Tenho procurado ajudar a instituição desde que entrei no MinC. O Instituto Brasileiro de Museus realizou diversas ações. Infelizmente não foi o suficiente. Temos que cuidar muito melhor do nosso patrimônio e dos acervos dos museus. A perda é irreparável. Certamente a tragédia poderia ter sido evitada. O MinC está de luto. A cultura está de luto. O Brasil está de luto É vital refazer o Museu Nacional, revendo também seu modelo de gestão. E investir agora para que isso não aconteça nos demais museus públicos e privados”.