Em uma história digna de cinema, o indonésio Agam se tornou o improvável herói da tragédia que envolveu a morte da brasileira Juliana Cardoso, no Monte Rinjani, um vulcão ativo na Indonésia. Enquanto o governo local enfrentava dificuldades logísticas há cinco dias para iniciar o resgate do corpo da jovem — vítima de uma queda fatal em uma trilha no vulcão — Agam agiu com coragem, instinto e uma determinação inacreditável.
Sem equipamento avançado, apoio militar ou helicópteros, ele decidiu que não podia esperar mais. Escalou o vulcão de forma praticamente solitária, ignorando os riscos que assustavam até equipes oficiais. A cena parecia surreal: ao alcançar um dos trechos mais críticos do trajeto, Agam acendeu um cigarro, como se fosse um ritual de concentração, e começou a descida íngreme de 1 km em busca de Juliana.
Localizou o corpo da brasileira em um ponto de difícil acesso, onde a escuridão e o terreno instável tornavam qualquer movimento perigoso. Ciente de que não conseguiria subir com ela durante a noite, Agam tomou uma decisão arriscada: dormiu abraçado ao corpo de Juliana, evitando que escorregasse pela encosta durante a madrugada gelada.
O sol mal tinha nascido quando ele retomou a subida. Antes de começar a difícil escalada de volta, Agam acendeu outro cigarro, colocou-o entre os lábios e iniciou a improvável missão de devolver Juliana à superfície. E conseguiu.
A imagem do homem simples, com o corpo da brasileira nos braços e um cigarro na boca, viralizou nas redes sociais e emocionou o Brasil e a Indonésia. Enquanto as autoridades ainda discutiam as condições do resgate, ele fez o que parecia impossível.
Mais do que um resgate, Agam entregou humanidade, coragem e honra. Em meio a uma tragédia, sua atitude virou símbolo de solidariedade e compaixão, algo que nem toda estrutura governamental conseguiu oferecer.
Hoje, ele é chamado de herói — não por um título oficial, mas pelo reconhecimento espontâneo de milhares que viram nesse gesto o verdadeiro significado de empatia.