Um grave caso ocorrido em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio de Janeiro, vem causando comoção e revolta entre familiares e moradores. Um homem acusa a Secretaria Municipal de Saúde de negligência médica após a morte de sua esposa e dos filhos gêmeos durante o parto em uma unidade pública de saúde. O pai, que preferiu não se identificar publicamente por questões de segurança, afirma que houve demora no atendimento e falhas no procedimento, o que teria sido determinante para a tragédia. Para ele, a perda devastadora não foi um simples erro médico, mas um crime: “Foi assassinato”, declarou, exigindo justiça.
Segundo o relato do pai, a gestante chegou à unidade com fortes dores e sinais de trabalho de parto, mas teria aguardado por horas sem atendimento adequado. Ele denuncia que os profissionais ignoraram os pedidos de socorro e que, quando finalmente realizaram o procedimento, já era tarde demais. A mãe e os bebês não resistiram. A causa das mortes ainda está sendo investigada, mas o caso já expôs uma série de fragilidades no sistema público de saúde da cidade.
A dor desse pai não é um caso isolado. Em maio de 2024, uma jovem de apenas 16 anos morreu após complicações no parto em outra maternidade pública de Nova Friburgo. Na ocasião, a família da adolescente denunciou maus-tratos e imperícia médica. A Secretaria de Saúde abriu um processo administrativo para apurar os fatos, mas, até o momento, não divulgou o resultado da investigação.
Esses casos reacenderam o debate sobre a qualidade do atendimento nas unidades de saúde do município. Nas últimas semanas, familiares de vítimas e moradores têm promovido protestos em frente a hospitais e postos de saúde, cobrando melhorias imediatas e punição aos responsáveis. “Não é aceitável que vidas continuem sendo perdidas por descaso e despreparo. As mães precisam de atendimento digno e seguro”, afirmou uma moradora que participou de uma das manifestações.
A Secretaria Municipal de Saúde de Nova Friburgo divulgou uma nota informando que lamenta as mortes e que está apurando os casos com rigor. No entanto, os familiares seguem pressionando por justiça e mudanças estruturais. “Eu perdi tudo naquele hospital. Minha esposa e meus filhos foram tirados de mim. Isso não pode ficar impune”, declarou o pai.
O caso está sendo acompanhado pelo Ministério Público, que já solicitou a documentação médica e os depoimentos dos profissionais envolvidos. Enquanto isso, cresce o clamor popular por respostas e responsabilização.