O Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), uma das principais emergências da cidade, não tem neurocirurgião de plantão nos fins de semana há dois anos. No último sábado, o próprio governador Wilson Witzel acompanhou o problema quando o soldado PM Daniel Henrique Mariotti, de 30 anos, chegou ao hospital em estado gravíssimo após ser baleado na cabeça e não havia especialista. O governo do estado acionou médicos da Polícia Militar, mas o policial não resistiu os ferimentos e morreu no centro cirúrgico, quando era atendido por dois residentes. Ontem, o corpo clínico do HFB se reuniu para discutir o problema e denunciou a redução no número de profissionais na unidade.
Segundo Júlio Noronha, vice-presidente do corpo clínico do HFB e delegado da Federação Nacional dos Médicos, há dois anos o hospital tinha um plantonista no sábado, que recebia um abono, e um médico com contrato temporário, no domingo. A direção tirou o abono por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), porque o neurocirurgião faria 62 horas semanais.
— Há uma escala de médicos que ficam de sobreaviso. O hospital tem oito neuros, divididos em plantões durante a semana — explicou Noronha.
A assessoria do hospital disse, em nota, que “todo paciente é atendido pelos médicos de plantão, estabilizado, diagnosticado e depois o medico da especialidade é acionado. O militar foi atendido e operado por neurocirurgiões da unidade”.
Fonte: Extra Online –