Na noite de ontem, Francisco de Assis Ricardo de Almeida, de 40 anos, foi brutalmente assassinado enquanto se dirigia à igreja na Rua Capão Bonito, no bairro Catiri, em Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro. A tragédia ocorreu em meio à escalada de violência provocada pela tentativa de traficantes da Vila Kennedy de expandirem seu domínio territorial na região.
Testemunhas relataram que Francisco, que era conhecido por sua dedicação à fé e à família, caminhava tranquilamente pela rua quando foi abordado pelos criminosos. Segundo informações preliminares, ele foi confundido com integrantes de um grupo rival e executado de forma cruel. Moradores relataram ter ouvido diversos disparos, que espalharam pânico nas proximidades.
A disputa entre facções criminosas na Zona Oeste tem colocado a vida de moradores em constante perigo. A Vila Kennedy, conhecida por ser um dos redutos de uma das maiores facções criminosas do estado, está em guerra com grupos rivais pelo controle do tráfico de drogas em Catiri. Nos últimos meses, a tensão na região se intensificou, com relatos frequentes de tiroteios, invasões e toques de recolher impostos à população.
“Ele era um homem trabalhador e religioso. Nunca teve envolvimento com nada errado. Saiu de casa para buscar a palavra de Deus e acabou perdendo a vida de forma trágica”, lamentou um amigo da vítima, que preferiu não se identificar.
A Polícia Militar foi acionada para o local, mas, ao chegar, os criminosos já haviam fugido. Agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) iniciaram as investigações e trabalham com a hipótese de que o crime foi um erro de identificação, típico em zonas de confronto entre facções. O corpo de Francisco foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), e a família aguarda a liberação para o sepultamento.
Moradores da região denunciam a falta de segurança e o abandono por parte das autoridades. “Vivemos com medo. As crianças não podem mais brincar na rua, e os trabalhadores têm medo de sair de casa à noite. Até quando vamos viver assim?”, desabafou uma moradora, temendo represálias.
A escalada da violência na Zona Oeste é reflexo da ausência de políticas públicas eficazes para combater o tráfico de drogas e garantir a segurança da população. Enquanto isso, famílias continuam a sofrer as consequências dessa guerra urbana, que ceifa vidas inocentes e deixa um rastro de dor e indignação.
As autoridades afirmaram que intensificarão as operações na área para tentar conter os confrontos e garantir a segurança da população. Entretanto, para os moradores de Catiri, a sensação de abandono persiste, enquanto o luto pela perda de Francisco marca mais um capítulo triste na história da violência urbana do Rio de Janeiro.