A tragédia que abalou moradores da Zona Oeste do Rio de Janeiro ganhou novos desdobramentos nesta segunda-feira (18). O laudo da necropsia confirmou que a jovem de 22 anos, brutalmente espancada em Senador Camará após recusar o assédio de um traficante, também foi vítima de estupro antes de ser assassinada.
O caso, que gerou comoção e revolta, escancara a crueldade e a sensação de impunidade com que criminosos agem dentro das comunidades. Segundo informações de moradores e investigações preliminares, o principal suspeito é o traficante conhecido como “Coronel”, apontado como chefe do tráfico na favela do Muquiço, em Guadalupe, dominada pela facção TCP (Terceiro Comando Puro).
Testemunhas relatam que a jovem, identificada como Sther Barroso dos Santos, foi abordada em um baile funk por Coronel, que a teria obrigado a acompanhá-lo. Diante da recusa, a vítima foi levada para um local isolado, onde sofreu agressões brutais. O corpo, encontrado horas depois, apresentava múltiplos sinais de violência, confirmando a tortura a que foi submetida.
O laudo pericial agora revela a dimensão da barbárie: além das agressões físicas, a jovem foi violentada sexualmente antes de ser morta. A informação reforça a crueldade do crime e aumenta a pressão por respostas rápidas das autoridades de segurança pública.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) está conduzindo as investigações. Policiais trabalham na coleta de depoimentos e análise de imagens que possam levar à prisão do traficante. No entanto, a captura de Coronel é considerada difícil, já que ele conta com forte aparato armado dentro da comunidade onde atua.
A morte de Sther acende mais uma vez o alerta sobre a vulnerabilidade das mulheres em áreas dominadas por facções criminosas. O caso evidencia o poder paralelo exercido por traficantes, que impõem suas vontades à base da força e do medo, criando um ambiente em que a vida humana perde valor diante da brutalidade.
Moradores de Senador Camará, inconformados com a tragédia, pedem justiça e clamam por maior presença do Estado. Muitos têm medo de se manifestar publicamente, temendo represálias, mas a indignação é generalizada. “Ela era uma menina de bem, cheia de sonhos. Não merecia um fim tão cruel”, disse uma vizinha da jovem.
O crime contra Sther não é apenas um episódio de violência comum: é um retrato cruel da falência do poder público em garantir segurança mínima à população. Agora, a pressão recai sobre as autoridades para que Coronel seja localizado e responsabilizado, antes que mais vidas sejam ceifadas pela mesma lógica perversa do crime organizado.