Na tarde da sexta-feira (04/04), um crime bárbaro abalou a tranquilidade do bairro de Tinguá, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Dois sargentos do 25º Batalhão Logístico do Exército Brasileiro foram brutalmente assassinados nas proximidades do local onde ocorre a tradicional Festa do Aipim. As circunstâncias do crime chocaram moradores, colegas de farda e internautas, que acompanharam as imagens aterrorizantes que circularam nas redes sociais.
Segundo as primeiras informações, os militares foram surpreendidos por criminosos enquanto estavam no estacionamento do evento. O sargento Matheus da Silva Souza, de 29 anos, foi encontrado morto dentro de um carro incendiado. Já o sargento Ricardo Jefferson Moura Gomes, de 24 anos, chegou a ser socorrido pelo SAMU após ser atingido por um tiro na perna, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.

Testemunhas relataram que o ataque foi extremamente violento. O veículo dos militares foi completamente tomado pelas chamas, e imagens que circulam online mostram o momento em que Ricardo ainda é resgatado por paramédicos, em estado crítico, com o corpo coberto por queimaduras e sinais de inalação de fumaça. Segundo informações extraoficiais, ele estava com cerca de 80% do corpo queimado.

A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) assumiu a investigação, que está sendo conduzida em conjunto com o Exército Brasileiro. Até o momento, não há confirmações oficiais sobre os autores ou a motivação do crime, mas pistas iniciais apontam para uma possível emboscada articulada por criminosos ligados à milícia.
Motivação pode estar ligada a dívida entre militares
Fontes ligadas aos sargentos afirmam que o crime pode ter sido motivado por um acerto de contas envolvendo um ex-militar. De acordo com pessoas próximas às vítimas, um dos sargentos teria emprestado dinheiro a um cabo que deu baixa do Exército no final de 2024. Após diversas tentativas de cobrança, o sargento teria marcado um encontro com o ex-colega para tentar resolver a pendência.
No entanto, o que parecia ser uma negociação virou uma armadilha. Ainda segundo relatos, o ex-cabo teria repassado a localização dos sargentos para milicianos da região. Ao chegarem ao local, os militares foram atacados. Um deles levou um tiro na perna, enquanto o outro foi rendido e deixado dentro do veículo, que em seguida foi incendiado. A brutalidade do crime evidencia a frieza dos assassinos e levanta suspeitas de envolvimento direto da milícia local, que já é alvo de investigações por diversos crimes na região de Tinguá.
Repercussão e apelo por justiça
O assassinato dos dois sargentos repercutiu rapidamente entre os militares e a população da Baixada. Nas redes sociais, amigos, familiares e colegas de farda expressaram revolta e tristeza diante da tragédia. “Dois homens honrados, trabalhadores e comprometidos com a pátria. Isso não pode ficar impune”, escreveu um colega do batalhão.
O Exército emitiu nota informando que está prestando apoio às famílias das vítimas e que colaborará integralmente com as investigações. O caso é tratado com prioridade máxima pelas autoridades.
A Polícia Civil pede a colaboração da população e reforça que qualquer informação pode ser fundamental para esclarecer o caso. Denúncias anônimas podem ser feitas pelo Disque Denúncia, no número 181.
Enquanto a investigação avança, a dor e o luto tomam conta da comunidade militar e da população local. O que era para ser uma tarde comum em uma festa tradicional se transformou em uma cena de horror e tristeza, marcada por um crime que ainda exige muitas respostas.



