Na manhã desta quinta-feira (23), moradores de Coelho da Rocha, em São João de Meriti, foram surpreendidos por uma cena de horror. Duas cabeças humanas foram encontradas em frente ao mercado Matosão, um dos principais comércios da região. O caso, que está sendo investigado pelas autoridades, levanta ainda mais preocupações sobre a escalada da violência no município, que tem sido palco de confrontos entre traficantes e milicianos.
Segundo relatos de moradores, o clima de medo e tensão tem se intensificado nos últimos meses, com disputas sangrentas pelo controle de territórios. A guerra entre criminosos tem resultado em tiroteios frequentes, toques de recolher impostos por grupos armados e uma sensação de insegurança crescente entre os moradores da área.
A Polícia Militar foi acionada logo nas primeiras horas da manhã, isolando o local e iniciando as investigações para identificar as vítimas e os possíveis autores do crime. Ainda não há informações oficiais sobre a motivação específica do ocorrido, mas a principal linha de investigação aponta para a rivalidade entre facções criminosas que disputam o controle de atividades ilegais na região, como o tráfico de drogas, extorsão e venda clandestina de serviços.
Um cenário de guerra sem fim
A violência entre milicianos e traficantes em São João de Meriti não é novidade. A região da Baixada Fluminense, historicamente marcada por disputas entre esses grupos, vive uma rotina de conflitos, nos quais a população acaba sendo a maior vítima. Moradores relatam que a presença ostensiva de criminosos nas ruas e as constantes ameaças dificultam a rotina de quem vive e trabalha na área.
A disputa entre facções criminosas tem se intensificado nos últimos anos, com milicianos tentando expandir seu domínio para áreas antes controladas pelo tráfico, resultando em confrontos sangrentos. A Polícia Civil acredita que a exibição pública das cabeças seja uma forma de intimidação e demonstração de poder por parte dos criminosos.
População aterrorizada pede mais segurança
Nas redes sociais, moradores expressam indignação e medo diante da crescente violência. Muitos pedem por mais ações das forças de segurança e denunciam a sensação de abandono por parte das autoridades.
“Estamos reféns do medo. Não podemos sair de casa sem pensar se vamos voltar”, desabafou uma moradora que preferiu não se identificar.
Diante desse cenário alarmante, a Polícia Civil informou que já está investigando o caso e que ações integradas com a Polícia Militar serão intensificadas na região. No entanto, especialistas em segurança pública alertam que apenas operações pontuais não são suficientes para resolver o problema estrutural da violência, sendo necessárias políticas públicas mais eficazes e investimentos em inteligência policial.
Até quando essa guerra vai continuar?
A pergunta que fica é: até quando a população de São João de Meriti terá que conviver com essa violência brutal? Enquanto as autoridades tentam conter o avanço do crime, os moradores vivem um cotidiano de medo, esperando por dias melhores que parecem cada vez mais distantes.