A noite desta segunda-feira (15/9) foi marcada por violência e comoção no litoral paulista. O ex-delegado-geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, figura conhecida no combate ao crime organizado, foi morto a tiros em Praia Grande, no litoral sul do estado. Fontes, que ficou famoso por liderar investigações contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), foi alvejado por disparos de fuzil em uma execução que chocou a comunidade policial e política.
Segundo informações preliminares, a emboscada ocorreu quando o ex-delegado se deslocava em seu veículo. Criminosos fortemente armados interceptaram o carro e efetuaram diversos disparos, não dando chances de defesa. Imagens feitas por moradores da região mostram a cena do crime, que rapidamente se espalhou pelas redes sociais e gerou uma onda de indignação.
Ruy Ferraz Fontes ganhou notoriedade nacional por sua atuação firme contra o PCC. Durante seu período como delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, foi um dos responsáveis pelo indiciamento de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, considerado o principal líder da facção criminosa. Sua gestão também foi marcada pela prisão de importantes integrantes da organização, o que lhe rendeu tanto prestígio quanto inimizades perigosas.
A morte de Fontes levanta suspeitas de que o crime pode estar diretamente ligado ao seu histórico de enfrentamento ao crime organizado. Autoridades de segurança não descartam a possibilidade de vingança por parte de criminosos ligados à facção. O caso já está sendo investigado com prioridade pela Polícia Civil e pelo Ministério Público.
Entre as primeiras manifestações públicas, o deputado estadual e ex-policial Coronel Olim lamentou profundamente a perda do amigo e colega de profissão. Em nota, ele afirmou:
— “Ruy foi um guerreiro, um homem que dedicou sua vida a enfrentar o crime e proteger a sociedade. Não mediremos esforços para caçar os responsáveis por essa execução covarde. A morte dele não ficará impune.”
O clima é de tensão entre as forças de segurança, que reforçaram a necessidade de investigações rápidas e da prisão dos envolvidos. Policiais civis e militares que trabalharam com Fontes o descreveram como um profissional corajoso, obstinado e que sempre atuou com seriedade no combate às organizações criminosas.
Nas redes sociais, diversas mensagens de pesar foram publicadas por colegas, políticos e cidadãos que acompanharam sua trajetória. Muitos ressaltaram que a execução de uma figura tão simbólica no enfrentamento ao crime é também um ataque direto ao Estado e às instituições.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo ainda não divulgou nota oficial sobre os desdobramentos da investigação, mas equipes especializadas já foram destacadas para analisar câmeras de monitoramento da região e colher depoimentos de testemunhas.
O assassinato de Ruy Ferraz Fontes reacende o alerta sobre a ousadia de grupos criminosos e a vulnerabilidade de autoridades que, mesmo fora de cargos públicos, continuam sendo alvos de vingança. Sua morte deixa um vazio nas forças de segurança e marca mais um capítulo sombrio da luta contra o crime organizado no Brasil.