Por volta das 14h desta quarta-feira (5), um homem ainda não identificado foi morto a tiros no trevo da Estrada Roque Barbosa, na região do Jardim Bangu, em Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro. A execução ocorreu em plena luz do dia, em um dos acessos mais movimentados do bairro, e escancarou novamente a realidade cruel de uma guerra travada entre traficantes e milicianos pelo controle da área.
Segundo relatos de moradores e comerciantes, o barulho dos disparos causou pânico e correria na região. A vítima teria sido surpreendida por homens armados que chegaram rapidamente ao local, executaram o alvo e fugiram logo em seguida. O homem morreu antes mesmo da chegada do socorro.
Testemunhas afirmam que os assassinos estavam em um carro e agiram com precisão, o que levanta a suspeita de que a ação tenha sido um acerto de contas ligado à disputa territorial que há meses assombra o Jardim Bangu. A região é alvo constante de confrontos entre criminosos ligados ao Comando Vermelho e grupos paramilitares (milicianos), que tentam impor seu domínio sobre o comércio local, transporte alternativo e atividades ilegais.
Policiais do 14º BPM (Bangu) foram acionados e isolaram a área para o trabalho da perícia. O corpo foi removido para o Instituto Médico Legal (IML), e o caso será investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Até o momento, ninguém foi preso.
A população, mais uma vez, vive o medo e a insegurança. “A gente está refém dessa guerra. Não tem paz nem de dia, nem de noite”, lamentou uma moradora que preferiu não se identificar.
Nos últimos meses, o Jardim Bangu tem sido cenário de tiroteios, ameaças e operações policiais, reflexo direto da instabilidade provocada pela disputa entre facções criminosas e grupos milicianos. As autoridades afirmam que reforçarão o policiamento na área, mas moradores seguem céticos quanto a mudanças reais.
Enquanto a violência avança e vidas são perdidas, a rotina de quem vive em Bangu segue marcada pelo silêncio do medo e a urgência por respostas concretas do poder público.