A guerra entre facções criminosas continua fazendo vítimas e espalhando o medo entre moradores da Zona Norte do Rio de Janeiro. Na manhã deste domingo (06), criminosos fortemente armados, ligados ao tráfico de drogas da comunidade do Gogó de Guadalupe — dominada pela facção Comando Vermelho (CV) — invadiram a comunidade do Bairro 13, em Barros Filho, controlada atualmente pelo grupo rival Terceiro Comando Puro (TCP).
A investida violenta resultou na morte de dois traficantes, cujas identidades ainda não foram divulgadas pelas autoridades. Segundo relatos de moradores, o tiroteio começou por volta das 6h da manhã, acordando a população com o barulho intenso de rajadas de fuzil. Muitas famílias ficaram impedidas de sair de casa ou abrir seus comércios por medo de serem atingidas.
De acordo com informações preliminares, o objetivo do Comando Vermelho era retomar o controle da área do Bairro 13, considerada estratégica para o tráfico por sua localização próxima a vias importantes da região, como a Avenida Brasil. A troca de tiros durou cerca de uma hora e espalhou pânico nas redondezas. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram homens encapuzados circulando pelas ruas da comunidade com armamento pesado, em formação tática de invasão.
Ainda não há confirmação oficial sobre a permanência dos criminosos do CV no território ou se o TCP conseguiu conter o ataque. A Polícia Militar informou que equipes do 41º BPM (Irajá) foram acionadas e realizaram buscas na região, mas até o momento ninguém foi preso.
Essa não é a primeira vez que o Bairro 13 é alvo de confrontos entre facções. A disputa por territórios na Zona Norte tem sido frequente, afetando diretamente a vida de moradores que convivem com a rotina de violência e insegurança. Comunidades como Barros Filho, Costa Barros, Guadalupe e Anchieta estão entre as mais afetadas por esse conflito armado.
Moradores cobram ações mais efetivas do poder público, tanto na área da segurança quanto em investimentos sociais que possam oferecer alternativas à criminalidade. “A gente vive num campo de guerra. Só queremos paz para viver, trabalhar e criar nossos filhos”, desabafou uma moradora que preferiu não se identificar.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) deve investigar o caso e tentar identificar os envolvidos no confronto. A guerra entre CV e TCP continua deixando rastros de morte e medo, enquanto a população clama por soluções concretas