Na madrugada deste sábado, circulou nas redes sociais um vídeo brutal que chocou moradores e expôs novamente a violência das facções criminosas que dominam o Rio de Janeiro. O traficante conhecido como “Luanzinho”, que antes atuava no Comando Vermelho do Gogó de Guadalupe, havia migrado para o Terceiro Comando Puro (TCP), na comunidade da Maré.
De acordo com informações, a mudança de facção teria gerado desconfiança entre os próprios integrantes do grupo. Luanzinho foi acusado de “entregar” integrantes da facção, entre eles um criminoso conhecido como Cria ou Di Ferro. A suspeita foi suficiente para que ele fosse levado ao chamado “tribunal do tráfico”, espécie de julgamento interno conduzido pelos líderes da organização criminosa.
O resultado desse tribunal foi a sentença de morte. O jovem acabou sendo decapitado pelos próprios comparsas, em uma execução filmada e amplamente compartilhada em aplicativos de mensagens. As imagens, de extrema violência, foram classificadas como “pesadas” por quem teve acesso, reforçando a crueldade com que facções lidam com supostos traidores.
Moradores relataram momentos de pânico diante da circulação do vídeo, temendo represálias ou confrontos na região. Especialistas em segurança pública destacam que tais execuções são comuns em contextos de disputa de poder, funcionando como forma de intimidação e de “exemplo” para evitar futuras deserções.
Apesar da repercussão, até o momento, nenhum posicionamento oficial foi divulgado pela Polícia Civil ou Militar sobre o caso. O episódio expõe, mais uma vez, a ausência do Estado em áreas dominadas pelo crime organizado, onde facções impõem suas próprias regras e punem de forma cruel quem é considerado inimigo.
A morte de Luanzinho se soma a uma lista crescente de execuções sumárias promovidas por tribunais do crime no Rio, deixando a população refém da violência.