Em um caso que chocou o país, o influenciador digital Vitor Vieira Belarmino prestou depoimento na 1ª Vara Criminal do Rio de Janeiro sobre o atropelamento que tirou a vida do fisioterapeuta Fábio Toshiro Kikuta, em julho de 2024. O acidente ocorreu poucas horas após o casamento da vítima, em plena Avenida Lúcio Costa, na Zona Oeste da capital fluminense.
Durante a audiência, Belarmino negou que estivesse em alta velocidade no momento do acidente. Segundo ele, trafegava a cerca de 60 km/h pela pista da direita quando decidiu ultrapassar uma motocicleta. Foi nesse momento que, de acordo com sua versão, avistou Fábio e sua esposa atravessando a via a uma distância estimada entre 20 e 30 metros. O influenciador relatou que freou bruscamente e tentou desviar para a esquerda, mas não conseguiu evitar a colisão devido à presença de veículos estacionados.
Belarmino também afirmou que, logo após o atropelamento, ainda chegou a parar o carro mais à frente com a intenção de prestar socorro. No entanto, disse ter se assustado com a aproximação de populares e, temendo ser linchado, decidiu fugir do local. Segundo seu relato, ele foi para casa, trocou de veículo e levou o irmão à casa da mãe. Mesmo ciente do mandado de prisão expedido contra ele, escolheu não se apresentar à polícia no dia seguinte.
A versão do influenciador, contudo, entra em conflito com os laudos periciais do caso. De acordo com a perícia, o carro dirigido por Belarmino estava a uma velocidade entre 92 km/h e 118 km/h no momento do impacto — em uma via onde o limite permitido é de 70 km/h. Os especialistas apontam que, em determinados trechos anteriores ao acidente, a velocidade chegou a ultrapassar os 150 km/h.
Além disso, imagens captadas por câmeras de segurança da região mostram o veículo trafegando em alta velocidade, reforçando as conclusões dos peritos. A análise técnica também apontou que, caso Belarmino estivesse dentro do limite permitido, o atropelamento poderia ter sido evitado.
Diante dos elementos apresentados, o influenciador foi indiciado por homicídio doloso, além de fuga do local do acidente e omissão de socorro. Após permanecer foragido por quase dois meses, ele finalmente se entregou às autoridades.
O caso gerou ampla comoção, não apenas pela brutalidade do acidente, mas também pelas circunstâncias envolvendo a vítima — um fisioterapeuta recém-casado, morto horas após celebrar sua união. O julgamento deve continuar nas próximas semanas e promete atrair forte atenção da opinião pública e da mídia nacional.