O governador em exercício Rodrigo Bacellar nomeou André Moura como secretário interino de Transportes do RJ, após a exoneração de Washington Reis. Moura, que já chefia a Secretaria de Governo e a Representação do Estado em Brasília, agora acumula três cargos estratégicos durante a ausência de Cláudio Castro, que está em viagem oficial.
A nomeação, porém, reacende polêmicas. Moura foi condenado pelo STF a 8 anos e 3 meses de prisão por peculato e formação de quadrilha, em esquema de desvio de verbas públicas na cidade de Pirambu (SE), onde exerceu forte influência política. A condenação foi mantida em 2022 e inclui também a suspensão dos direitos políticos por cinco anos.
Além disso, é réu em três ações penais no STF por suposto uso de bens e serviços públicos para fins pessoais, como motoristas, alimentos e contas telefônicas. Também responde a um processo por improbidade administrativa em Sergipe, por prejuízo de R$ 1,4 milhão aos cofres públicos ao beneficiar um clube de futebol com dinheiro público.
A indicação ocorre num momento de crise política. A exoneração de Washington Reis gerou ruídos internos, e o próprio ex-secretário disse que aguardaria a volta de Castro, afirmando que “a assinatura desse moço (Bacellar) não vale nada”.
A centralização de poder em Moura, mesmo com seu histórico judicial, levanta críticas sobre critérios éticos e de governança. Com eleições de 2026 no horizonte, a nomeação reforça os laços entre Bacellar e Moura, que pode disputar uma vaga ao Senado por Sergipe.
A permanência de Moura à frente da pasta dependerá do aval de Cláudio Castro, previsto para retornar nos próximos dias. Enquanto isso, o governo do estado segue em clima de instabilidade.