Na manhã desta sexta-feira (24) ., um homem identificado como Carlos André Vasconcellos dos Santos, de 35 anos, foi baleado e morto durante uma operação policial no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O trabalhador, que atuava como jardineiro, foi atingido enquanto tomava um café próximo à estação do BRT da Penha, a caminho do trabalho.
Carlos André era morador da localidade conhecida como 4 Bicas, dentro da comunidade. Segundo familiares, ele havia saído de casa por volta das 4h30 da manhã com destino ao Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), no bairro do Horto, Zona Sul do Rio, onde trabalhava como jardineiro. Infelizmente, no trajeto, acabou atingido por disparos nas costas.
A esposa da vítima, Suelem Gomes da Silva, recebeu a notícia de forma devastadora. Ela conta que foi avisada por um vizinho sobre o ocorrido e desceu rapidamente ao local para tentar socorrer o marido.
“Um vizinho foi lá me chamar e falou que ele estava baleado. Eu desci com a minha prima e veio a notícia que ele estava morto. A gente nunca pensa que vai acontecer com a gente. O tiroteio começou por volta das 3h30, mas estava distante”, disse Suelem, inconsolável.
De acordo com familiares, Carlos André era um homem trabalhador, dedicado à família, e estava enfrentando um momento difícil, ajudando a esposa, que estava em tratamento para uma suspeita de câncer de mama. Além disso, a filha de 10 anos do jardineiro, que mora em outro estado, estava prestes a vir passar uns dias ao lado do pai, o que tornava esse período ainda mais especial para ele.
A morte de Carlos André causou revolta entre moradores da região, que alegam viver sob constante medo devido às operações policiais frequentes no Complexo da Penha. “A gente acorda com medo todos os dias. Nunca sabemos se vamos voltar para casa”, relatou um morador, que preferiu não se identificar.
A Polícia Militar informou, em nota, que a operação na comunidade tinha como objetivo combater o tráfico de drogas e reprimir atividades criminosas na região. No entanto, a corporação ainda não se manifestou sobre a morte do jardineiro e se há indícios de confronto no momento em que ele foi atingido. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que realiza diligências para esclarecer as circunstâncias do ocorrido.
A tragédia reforça o clima de insegurança vivido pelos moradores de comunidades cariocas, que frequentemente se veem encurralados em meio a confrontos armados, mesmo quando tentam apenas seguir com suas rotinas de trabalho.
 
			 
			


