Na vitória do Real Madrid sobre o Real Alavés, pelo Campeonato Espanhol, um episódio fora das quatro linhas chamou mais atenção do que o desempenho em campo. O zagueiro Raúl Asencio, de apenas 22 anos, foi alvo de intensas vaias, xingamentos e cartazes ofensivos por parte da torcida adversária. O motivo? O jogador está sendo investigado por suposto envolvimento com pornografia infantil, o que gerou revolta entre os presentes no estádio.
O caso envolvendo Asencio veio à tona nas últimas semanas, quando autoridades espanholas iniciaram uma apuração para averiguar a participação do atleta em um suposto esquema de compartilhamento de conteúdo ilegal. Embora ainda não tenha sido formalmente acusado, o fato de estar sendo investigado já bastou para que parte da opinião pública começasse a se manifestar contra o jogador.
Durante a partida, disputada no Estádio Mendizorroza, casa do Alavés, os torcedores não pouparam o zagueiro. A cada toque na bola, ele era vaiado intensamente. Além disso, alguns cartazes com dizeres como “Criminoso fora do futebol” e “Justiça para as vítimas” foram erguidos nas arquibancadas. A tensão foi tamanha que o próprio técnico Carlo Ancelotti optou por substituir Asencio no segundo tempo, alegando “questões de ordem emocional e de segurança”.
A diretoria do Real Madrid, por sua vez, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso. Nos bastidores, fontes ligadas ao clube indicam que há uma preocupação crescente com a repercussão do episódio, tanto na mídia quanto entre os patrocinadores. Internamente, o clima é de cautela até que mais informações sejam reveladas pelas autoridades responsáveis pela investigação.
Organizações de proteção à infância também se manifestaram nas redes sociais, cobrando providências rápidas por parte do clube e da Liga Espanhola. “Não se pode tolerar que um jogador com esse tipo de suspeita continue atuando normalmente como se nada estivesse acontecendo”, declarou uma representante da ONG Infância Segura.
O caso de Raúl Asencio lança luz sobre uma questão delicada que vai além do futebol. A presença de atletas investigados por crimes graves em campo levanta um debate importante sobre responsabilidade, ética e o papel das instituições esportivas diante de situações sensíveis. Enquanto isso, a torcida – ao menos a do Alavés – já deixou claro que não aceitará o silêncio como resposta.