Juliana Leite Rangel, 26 anos, baleada na cabeça durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na véspera de Natal, apresentou um quadro de significativa recuperação. O boletim médico divulgado neste sábado (18) pela Secretaria Municipal de Saúde de Duque de Caxias trouxe um alento: Juliana está acordada, lúcida, comunicando-se e já consegue caminhar com auxílio.
Apesar das boas notícias, a jovem segue internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, na Baixada Fluminense, ainda sem previsão de alta. Desde o incidente ocorrido em 24 de dezembro, ela vem sendo acompanhada por uma equipe multidisciplinar composta por neurocirurgiões, fisioterapeutas e psicólogos.
Segundo a nota médica, Juliana não precisa mais de ventilação mecânica, um dos principais indicativos de sua evolução clínica, e também não está mais utilizando antibióticos. Ainda assim, seu estado inspira cuidados, exigindo acompanhamento contínuo e especializado.
O Caso que Comoveu o País
Na noite de 24 de dezembro, Juliana viajava na rodovia Washington Luís, em Duque de Caxias, acompanhada dos pais, do irmão e da cunhada. A família estava a caminho da casa de parentes em Niterói, onde pretendiam celebrar a ceia de Natal, quando foram abordados por agentes da PRF. Durante a ação, disparos foram efetuados, e Juliana foi atingida na cabeça.
O caso ganhou repercussão nacional e gerou questionamentos sobre a condução da abordagem policial. Familiares e testemunhas afirmaram que a família não oferecia qualquer ameaça no momento da abordagem, e o motivo dos disparos permanece sob investigação.
A Polícia Rodoviária Federal, por sua vez, emitiu um comunicado lamentando o ocorrido e informando que uma investigação interna está em andamento para apurar as circunstâncias do caso. O Ministério Público também acompanha o processo.
Luta pela Vida
Desde o momento em que foi socorrida, Juliana enfrentou uma batalha pela sobrevivência. Sua transferência para o Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes foi emergencial, e ela passou por procedimentos cirúrgicos para conter os danos causados pelo projétil.
A gravidade do ferimento fez com que Juliana dependesse de ventilação mecânica e de um intenso tratamento no CTI. A presença de uma equipe especializada tem sido fundamental para sua recuperação, incluindo neurocirurgiões, que monitoram possíveis sequelas neurológicas, fisioterapeutas, que trabalham na reabilitação motora, e psicólogos, que oferecem suporte emocional diante do trauma vivido.
Reação da Sociedade e Impacto
O episódio levantou um debate nacional sobre a atuação das forças de segurança e o uso excessivo de força durante abordagens. Nas redes sociais, diversas campanhas e manifestações de apoio à jovem e à sua família foram organizadas. O caso também gerou comoção na região da Baixada Fluminense, onde Juliana e sua família residem.
“A Juliana é uma lutadora. Apesar de tudo que aconteceu, estamos confiantes de que ela vai superar esse momento difícil”, disse um amigo próximo da família, que pediu para não ser identificado.
Enquanto a jovem segue em recuperação, a família aguarda respostas e justiça pelo ocorrido. Advogados que representam os parentes de Juliana afirmaram que estão acompanhando o desenrolar das investigações e pretendem buscar responsabilização dos envolvidos na abordagem.
Próximos Passos
Embora Juliana já tenha superado os momentos mais críticos, seu estado de saúde ainda demanda atenção. O trabalho de fisioterapia será essencial para ajudar na recuperação dos movimentos, enquanto os psicólogos continuam atuando para minimizar os impactos psicológicos do trauma.
Os médicos permanecem cautelosos em relação à possibilidade de sequelas de longo prazo, especialmente devido à localização do ferimento. Segundo especialistas, cada etapa da recuperação deve ser celebrada, mas o processo pode ser longo.
Família Agradece Apoio
Em nota, a família de Juliana agradeceu as manifestações de carinho e solidariedade que têm recebido desde o incidente. “Cada mensagem de apoio nos dá forças para seguir em frente. Nossa prioridade é estar ao lado da Juliana e ajudá-la a superar essa situação”, declararam.
A mobilização nas redes sociais também segue ativa, com usuários pedindo justiça e maior apuração dos fatos. A hashtag #JustiçaPorJuliana foi amplamente compartilhada, dando visibilidade ao caso e pressionando as autoridades por respostas.
Conclusão
O caso de Juliana Leite Rangel é mais do que uma tragédia pessoal: ele levanta questões urgentes sobre protocolos de segurança pública, treinamento policial e o uso de força em abordagens. Enquanto a jovem luta pela recuperação plena, a sociedade segue atenta, esperando não apenas pela melhora de Juliana, mas também por respostas e medidas que evitem novos episódios como este.