A virada do ano, que deveria ser um momento de celebração, foi marcada por uma tragédia na comunidade São Simão, em Queimados, na Baixada Fluminense. Durante um baile de Réveillon, um jovem de apenas 19 anos foi brutalmente assassinado após um desentendimento aparentemente banal: ele teria pisado acidentalmente no pé de um traficante local.
O criminoso, identificado como “Testa de Ferro” ou “De Ferro”, é apontado como gerente do tráfico na região e teria se irritado com a situação. Testemunhas relataram que, após o incidente, o traficante exigiu um pedido de desculpas, mas o jovem, assustado, hesitou, o que teria aumentado a tensão. Minutos depois, “De Ferro” disparou contra o rapaz, que morreu ainda no local.
Comunidade em Choque
A violência chocou os moradores, que convivem diariamente com o poder paralelo imposto pelo tráfico de drogas. Muitos evitam falar sobre o caso, temendo represálias. “Ele era um garoto tranquilo, estava apenas tentando se divertir com os amigos. É revoltante ver algo assim acontecer”, desabafou um amigo da vítima, sob condição de anonimato.
O Perfil do Traficante
Conhecido por sua postura violenta, “De Ferro” é figura temida na comunidade São Simão. Apontado como gerente do tráfico na área, ele controla a venda de drogas e é responsável por impor regras e punições arbitrárias. Moradores afirmam que sua conduta é marcada por brutalidade e que o episódio do Réveillon não foi um caso isolado.
Investigação em Curso
A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) investiga o caso, mas enfrenta dificuldades devido ao medo das testemunhas em colaborar. A presença do tráfico e o domínio territorial dos criminosos são obstáculos recorrentes para as autoridades em regiões como São Simão.
Embora as autoridades tenham intensificado operações na Baixada Fluminense nos últimos meses, a sensação de insegurança persiste. Em Queimados, como em outras comunidades dominadas por facções criminosas, a lei do silêncio muitas vezes impede avanços nas investigações e reforça a impunidade.
Clamor por Justiça
O caso levanta mais uma vez o debate sobre a vulnerabilidade dos jovens em áreas controladas pelo tráfico. Familiares da vítima pedem justiça e apoio para que o crime não seja esquecido. “Meu filho tinha sonhos, tinha planos. Ele não merecia isso”, lamentou a mãe do jovem, visivelmente emocionada.
Enquanto a tragédia no Réveillon reforça a urgência de ações concretas contra o crime organizado, a comunidade São Simão tenta seguir em frente, marcada por mais uma perda em meio a uma guerra não declarada.