Maycon foi encontrado dentro da casa onde morava com olhos furados, partes do corpo queimadas e cortadas, pênis decepado e cercado por velas.
Segundo a polícia, Karina praticou o crime sozinha, sem auxílio de outras pessoas. A polícia informou que ouviu pessoas que tiveram contato com a jovem na semana da ocorrência, que aconteceu na noite de 4 de abril no bairro Gabriel Pizza. No entanto, não foi possível identificar ligações com o homicídio.
A perícia feita no celular de Karina, que foi encontrado queimado, não conseguiu recuperar o conteúdo do aparelho. Um chip de celular também foi periciado e não vinculou a outros envolvidos no crime.
A Polícia Civil de São Roque informou que a investigação ainda está em curso para identificar a motivação do crime. Uma das suspeitas é o que a morte pode estar relacionada com algum tipo de ritual.
Karina, que confessou o assassinato à polícia, disse que asfixiou Maycon com um travesseiro. Depois, furou os olhos, fez cortes e queimou partes do corpo do garoto, decepou o pênis e disse aos policiais que ingeriu o órgão.
Ainda conforme a polícia, a mãe e o tio de Maycon, que encontraram o menino morto na casa, prestaram depoimento e mantiveram a opinião de que a jovem se dava bem com o irmão, porém apresentou um “comportamento alterado” na semana do crime.
A suspeita foi presa na Penitenciária Feminina de Votorantim e transferida para Tremembé (SP). Ela permanece em uma cela isolada e toma banhos de sol em horários diferentes de outras detentas.
O caso foi descoberto quando a mãe dos irmãos chegou em casa e foi impedida de entrar. A mulher chamou um cunhado, que arrombou a porta, encontrando o menino morto com sinais de tortura na casa e cercado por velas.
A suspeita foi contida pelo tio, que acabou atingido por uma pedrada. A polícia foi chamada e a jovem foi detida. Na noite do crime, vizinhos relataram terem ouvido “gritos de desespero” vindos da casa.
Ela vai responder por homicídio qualificado consumado pela morte do irmão, tentativa de homicídio do tio e maus-tratos, porque chegou a morder o cão da família que avançou nela enquanto era rendida pelo parente.
A mãe, Daniela Cordeiro da Silva, ainda não havia comentado sobre o crime envolvendo seus dois filhos até que deu uma entrevista a uma rádio local em abril.
Questionada sobre a relação de Karina e Maycon, Daniela disse que, apesar de desentendimentos corriqueiros de irmãos, os dois trocavam carinhos e se davam bem.
“Ela amava o irmão e falava em proteger caso eu faltasse um dia. Ela dizia que iria cuidar dele como filho, tinha respeito, era um relacionamento de amor”, lembra.
Vizinhos e parentes afirmam que ninguém mais voltou à casa da família desde o ocorrido. “Não tem como ficar lá”, disseram os moradores.
O corpo de Maycon foi velado e enterrado um dia após o crime, em 5 de abril, no Cemitério da Paz em São Roque.