A Justiça do Rio de Janeiro revogou, nesta semana, a prisão preventiva do influenciador digital Vitor Belarmino, acusado de atropelar e matar o fisioterapeuta Fábio Toshiro Kikuta, de 42 anos, na orla do Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste da capital. A decisão gerou revolta nas redes sociais e entre familiares da vítima, que havia se casado recentemente.
O trágico acidente ocorreu na madrugada do dia 7 de abril. Segundo testemunhas e imagens de câmeras de segurança, Fábio caminhava na ciclovia da Avenida Lúcio Costa quando foi atingido violentamente pelo carro dirigido por Vitor, que trafegava em alta velocidade. A colisão foi tão forte que o corpo da vítima foi arremessado por vários metros. O fisioterapeuta não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
De acordo com a polícia, o influenciador estava com sinais de embriaguez e tentou fugir sem prestar socorro. Ele só foi detido após perseguição e, inicialmente, teve a prisão preventiva decretada por homicídio doloso – quando há intenção ou assumimento do risco de matar.
Na decisão mais recente, porém, a Justiça entendeu que não havia mais necessidade da manutenção da prisão, substituindo a medida por outras restrições, como a entrega do passaporte, uso de tornozeleira eletrônica e proibição de se ausentar da cidade sem autorização judicial. O Ministério Público do Rio de Janeiro ainda não se manifestou sobre a decisão.
Fábio Toshiro Kikuta havia se casado poucos dias antes do acidente. Amigos e familiares usaram as redes sociais para lamentar a perda precoce e questionar a decisão judicial. “É revoltante saber que alguém que tira uma vida de forma tão irresponsável pode voltar para casa enquanto a família da vítima vive o luto”, escreveu uma amiga da vítima.
Vitor Belarmino é conhecido nas redes sociais por publicar conteúdos sobre estilo de vida e ostentação. Com milhares de seguidores, ele já havia sido flagrado outras vezes em situações de imprudência no trânsito, segundo relatos.
A defesa do influenciador afirma que ele está colaborando com as investigações e que o atropelamento foi uma tragédia, não um crime intencional. O caso segue em investigação, e o processo criminal ainda está em andamento.
A sociedade agora aguarda os desdobramentos do caso, que reacende o debate sobre impunidade, responsabilidade no trânsito e privilégios no sistema judicial.