Jorge Benjamin, pai do DJ Leonardo Nascimento, preso injustamentepelo latrocínio de Matheus Lessa em um mercadinho na Zona Oeste do Rio, afirmou que o filho sofreu ameaças e foi agredido enquanto esteve sob custódia. Jorge foi entrevistado nesta sexta-feira (25) no Bom Dia Rio e também contou sobre a mobilização para provar a inocência de Leonardo.
“Estou lembrando de uma coisa que meu filho falou: ‘Pai, ainda bem que o senhor acreditou em mim. Porque aqui dentro eu não pensava em mim, pensava no senhor, na minha mãe e nas minhas irmãs'”, contou Jorge.
O pai reproduziu outra fala do filho. “‘Fui espancado, fui jogado numa cela onde só tinha rato e percevejo, mas eu sei que Deus não deixou que os ratos me mordessem, me roessem, não deixou que os insetos transmitissem enfermidade para mim.'”
Jorge Benjamin, pai do DJ Leonardo Nascimento — Foto: Reprodução/TV Globo
Jorge também afirmou que alguns pré-julgaram seu filho. Ele lhe disse: “Cheguei aqui e a primeira palavra que ouvi foi: ‘Olha, o monstro chegou’. Eles iam me matar aqui dentro, mas os presos, que ali estavam, que conhecem quando a pessoa é perigosa, olharam para mim e falaram: ‘Neguinho, você não é criminoso, não é bandido, você é bucha e nós vamos te abraçar’”.
“Os presos o abraçaram, mas alguns agentes disseram: ‘Você é monstro!’, contou Benjamin, chorando.
Aniversário na cadeia
O DJ, solto na última quarta-feira (23) depois que a polícia admitiu que errou, falou ao Fantástico. Na entrevista, que vai ao ar no próximo domingo (27), Leonardo conta como foi passar o aniversário na cadeia.
Segundo Jorge, as imagens que a família conseguiu para inocentar Leonardo impediram que o DJ fosse morto na cadeia. O pai afirmou que instruiu a defesa sobre o caminho que Leonardo tinha feito no dia do latrocínio e sobre as câmeras que o filmaram.
Leonardo Nascimento em entrevista ao “Fantástico” — Foto: Reprodução/TV Globo
Inocência
O pai disse que tinha convicção de que o filho não tinha participado do crime.
“Ele é um menino dócil, tranquilo, sereno, calmo, amoroso. Ele passa parte do dia com a mãe, está sempre no lar. Para falar o que é meu filho, seria até suspeito, pela forma como foi abraçado pelos amigos, quando saiu. Para mim, ele é excepcional, é um jovem que nos transmite segurança em tudo o que ele faz. Transmite confiança em tudo. Por isso, nós falamos para o policial que ele não era o culpado”, disse o pai.
“Ao chegar em casa, quando ele entrou pelo portão, foram os amigos que receberam ele, que pegaram ele nos braços jogando de mão em mão até chegar dentro de casa para que depois ele pudesse ser abraçado pela mãe e pudesse dizer: mãe, eu te amo, obrigado minha mãe por acreditar em mim”, contou Benjamin.