Então pessoal, mais uma vez venho aqui com enorme tristeza relatar um acontecimento que vai deixar uma marca para sempre em minha vida.
Como alguns sabem eu faço transporte de passageiro por aplicativo, sendo mais especifico o aplicativo da UBER.
Na madrugada de sábado, dia 20/01/2018, por volta de 1h:48min eu recebi uma chamada na rua NÚNCIO MAREFOSIQUI situada no bairro de REALENGO. Aceitei a corrida e fui buscar o passageiro, chegando no local entraram no carro dois homens, o primeiro no banco do carona e o outro no banco de trás. Iniciei a corrida, destino: Madureira. Comecei a sair do local eis que os VAGABUNDOS anunciaram o assalto.
Perguntaram tudo que possam imaginar, se o carro era automático, se tinha segredo, seguro, gps, câmera, se eu era policial, se estava armado, se o carro era meu. Mantive minha calma respondi as perguntas e entreguei tudo. Não satisfeitos os VAGABUNDOS pediram a senha do meu celular, me obrigaram a desbloquear para saber se eu estava falando a verdade e sempre me tratando grosseiramente com palavrões e dizendo a todo momento que iriam me matar. Pedi para ir embora e para minha infeliz surpresa eles disseram o que? NÃO! Isso mesmo, não me deixaram ir embora, disseram que no momento que eu saísse iria ligar para polícia e para o seguro para bloquear o carro, eu continuamente neguei que iria fazer esse procedimento e continuei pedindo para ir embora, então, um deles disse que ficaria com eles (o tempo todo o revólver sendo apontado para minha cara). Mandaram que eu fosse para o banco de trás, onde se encontrava o VAGABUNDO armado, repetiam SEMPRE que eu iria morrer se algo acontecesse com o carro ou se a polícia viesse atrás de nós. Pedi para que fosse eu o condutor do veículo caso passássemos por alguma blitz e tive a seguinte resposta “TU ACHA QUE EU VOU ME FUDER SOZINHO? ANTES DE ME FUDER EU MATO VOCÊ, VOCÊ VAI COMIGO NESSA”. Então, eles seguiram e ao sair da rua nos deparamos com um carro da polícia (nunca quis tanto que não parassem a gente), eles queriam abrir fuga, eu disse que se eles acelerassem eles iriam vir atrás, consequentemente o VAGABUNDO já colou a arma na minha costela e falava que se eles viessem eu iria morrer primeiro que eles, o carro da polícia dobrou a rua a direita e eles aceleraram, alivio para mim? NÃO! Enlouquecidos começaram a planejar o que fariam comigo, diziam que iriam me matar por ter visto o rosto deles, mandaram eu abaixar e colocar a cabeça entre as pernas e não olhar para eles. Com sensação de impotência e desamparo comecei REZAR, pedi calma, sabedoria e que todo mal que houvesse naquela noite não pudesse recair sobre mim. Durante o trajeto (sentido campo grande) o condutor estava muito alterado e disse que eu iria dar problemas a ele então resolveu que iria me colocar na MALA! Eu achava que o terror já tinha começado, mas ele se instaurava naquele momento em que eu não iria ver, ouvir mais nada e nem sequer saber onde eu estava. Ao me colocar na mala, continuaram o trajeto e percebi que alguns instantes depois pararam em alguma festa, Familiar pois conversavam com alguém. Fiquei lá, quieto, sem fazer barulho, atento ao que acontecia do lado de fora, sem ouvir quase nada. Eles então entraram no carro e ligaram o APLICATIVO DE TRANSPORTE DA UBER, esperavam pessoas solicitarem a corrida, iam ao local se passavam por mim, o passageiro tentava entrar no banco de trás. ele dizia para ir na frente e assim que o passageiro embarcava o VAGABUNDO que estava atrás anunciava o assalto. Eu dentro da mala não podia fazer nada pois não sabia onde eu estava, muito menos se havia alguém para que me pudesse ajudar. Continuaram a roubar pessoas até que entrou uma mulher no carro e eles anunciaram o assalto a ela, assustada a passageira não acreditou e narrou a eles que a mãe estava internada e iria visitá-la, eles desistiram dizendo que era uma pegadinha e iria para o youtube.
A todo momento, desesperado, me recompus e mantive a calma pois não conseguiria pensar em nada daquele jeito. Imaginava já estar a duas horas dentro da mala, mas sem nenhuma chance de sair e com pouco ar já havia quase desmaiado 6 vezes, eu não me conformava com o fato de desmaiar, não podia acontecer isso pois eu iria acordar somente com eles ou não acordaria mais, foi então que olhei para a tampa da mala e vi uma brecha (bati naqueles pinos de ferro que ficam na calçada e desalinhou a traseira do lado esquerdo causando uma pequena abertura na mala), era meu Deus agindo. Foi por essa brecha que consegui respirar melhor mas não dava para pedir ajuda, minha mão não passava. Em determinado momento comecei a ouvir alguns passarinhos cantar, imaginei que logo seria dia, as horas passavam e eu ainda estava ali. Foi então, que Deus me deu a oportunidade, eles pararam para abastecer, haviam rodado a noite toda e estavam ficando sem combustível. Comecei a ficar nervoso pois ali seria o momento que eu iria tentar fazer algo, pensei friamente no que fazer, eu suava muito ao ponto de escorrer suor por toda parte do meu corpo. Lembrei que a tampa da mala do meu carro por dentro não tem forração e o dispositivo de destravamento da porta era então visível e pensei em abrir a mala naquele momento em que eles abasteciam, mas não fiz por medo de quando saísse da mala eles fizessem algo comigo ali dentro do posto mesmo, esperei até que eles começassem a andar com o carro para então abrir a mala e me jogar pra fora. E foi assim que fiz, quando pulei ainda havia um táxi atrás que conseguiu parar a tempo e não me atropelar. Os VAGABUNDOS aceleraram e subiram o alto da boa vista (ESTRADA DAS FURNAS). Fui roubado em REALENGO e consegui fugir somente no ITANHANGÁ por volta de 6:00h da manhã.
PEÇO QUE COMPARTILHEM POIS FIZERAM VÍTIMAS COM O MEU NOME E MEU CARRO.
O MEU DEUS É O TODO PODEROSO, QUE NÃO DEIXA O JUSTO SER FERIDO, QUE ACALMA, DÁ FORÇA E CAPACIDADE DE REALIZAR O IMPOSSÍVEL. MAIS QUE NUNCA A MINHA FÉ ESTÁ FIRME! OBRIGADO DEUS POR MAIS UM LIVRAMENTO.
Yan Bernardo