O Brasil se despede de um de seus maiores cineastas. Carlos “Cacá” Diegues faleceu aos 84 anos, no Rio de Janeiro, deixando um legado inestimável para o cinema nacional. Ícone da sétima arte e um dos grandes responsáveis pelo movimento do Cinema Novo, Diegues construiu uma carreira marcada pela inovação e pela valorização da cultura brasileira nas telonas.
Nascido em Maceió, Alagoas, em 1940, Cacá Diegues iniciou sua trajetória no cinema ainda jovem. Durante a década de 1960, tornou-se um dos expoentes do Cinema Novo, movimento que revolucionou a forma de fazer filmes no Brasil, priorizando temáticas sociais e uma abordagem estética realista. Entre suas obras mais emblemáticas estão Xica da Silva (1976), Bye Bye Brasil (1979) e Deus é Brasileiro (2003), longas que marcaram gerações e ajudaram a consolidar sua reputação como um dos maiores diretores do país.
Além do trabalho cinematográfico, Diegues também teve uma importante atuação no cenário cultural brasileiro. Em 2018, foi eleito para a cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras (ABL), reforçando sua relevância não apenas no cinema, mas também na literatura e na defesa da cultura nacional. Seu ingresso na ABL foi um reconhecimento à sua trajetória e à influência de sua obra no imaginário brasileiro.
Sua contribuição para a arte e a cultura foi tão significativa que, em 2020, tornou-se enredo da escola de samba Inocentes de Belford Roxo, que homenageou sua trajetória e impacto no cinema nacional. A escolha da escola de samba foi uma celebração ao seu trabalho, que sempre dialogou com a diversidade cultural do Brasil.
O falecimento de Cacá Diegues deixa uma lacuna imensurável no cinema brasileiro. Sua visão inovadora e seu compromisso com a representação autêntica da sociedade brasileira nas telas seguirão influenciando novas gerações de cineastas e artistas. O legado que construiu permanece vivo em suas obras e na história do cinema nacional.