O mundo do samba amanheceu de luto nesta terça-feira (30) com a notícia da morte de Gilsinho, intérprete principal da Portela, aos 55 anos. O cantor estava internado e havia passado recentemente por uma cirurgia em decorrência de complicações de saúde. Diabético, Gilsinho enfrentava dificuldades nos últimos meses, o que o afastou de compromissos importantes da escola. Na sexta-feira (26), ele não pôde participar da final de escolha do samba-enredo da Portela para o Carnaval de 2026, fato que já havia preocupado sambistas e admiradores.
O velório está marcado para esta quarta-feira (1º), das 9h às 15h, na quadra da Portela, em Madureira. Em seguida, às 17h, o corpo será sepultado no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap. A Portela decretou luto oficial de três dias e destacou, em nota, a importância de seu intérprete para a história da escola: “Gilsinho levou emoção, talento e a força de sua voz para os desfiles e para a alma do nosso pavilhão.”
Considerado um dos maiores intérpretes do Grupo Especial, Gilsinho era também músico, habilidoso no violão e no cavaquinho. Seu maior ídolo era Emílio Santiago, referência que influenciou sua forma de cantar. Ele iniciou sua trajetória na Portela em 2006, chegou a defender a Vila Isabel e também integrou escolas de São Paulo, como Vai-Vai e Tom Maior. Retornou à Portela em 2016, consolidando-se como a voz oficial da azul e branco.
Filho do músico Jorge do Violão, integrante da Velha Guarda Show da Portela, Gilsinho tinha o samba em seu sangue. Sua partida gerou comoção em todo o meio carnavalesco. A Liesa, a Beija-Flor, a Mangueira e a escola Tom Maior manifestaram pesar. O prefeito Eduardo Paes também prestou homenagem, ressaltando a importância de sua voz para o Carnaval carioca.
O samba se despede de um de seus grandes ícones, cuja marca permanecerá eternamente nos desfiles e na memória dos apaixonados pelo Carnaval.