Na manhã desta terça-feira (06/05), policiais civis da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG) efetuaram a prisão de Eliane Peres Saraiva, suspeita de envolvimento direto na morte brutal de seu próprio esposo, Marcos Aurélio Batista Santos. O crime ocorreu em fevereiro deste ano, no bairro Marambaia, em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Eliane foi localizada em sua residência, também em Itaboraí, após um trabalho minucioso de investigação, que incluiu cruzamento de dados, vigilância e monitoramento. Contra ela havia um mandado de prisão expedido pela Justiça — de número 0001341-16.2025.8.19.0023 — pelo crime de homicídio qualificado.
De acordo com as apurações conduzidas pela especializada, Marcos Aurélio foi vítima de uma execução promovida pelo chamado “tribunal do tráfico”, uma espécie de julgamento paralelo instaurado por criminosos ligados ao tráfico de drogas. Segundo os investigadores, o homem foi agredido e morto com requintes de crueldade, após ser acusado por traficantes de uma suposta infração interna.
O que mais chamou a atenção dos agentes da DHNSG durante as investigações foi a possível participação da própria esposa da vítima no crime. Há indícios de que Eliane teria contribuído com informações que resultaram na emboscada e posterior execução do marido. A motivação do crime ainda está sendo aprofundada, mas os investigadores não descartam a hipótese de que questões pessoais e envolvimento com membros do tráfico possam ter motivado a traição mortal.
A atuação de Eliane, segundo a polícia, foi estratégica e discreta. Ela não participou diretamente da ação violenta, mas teria articulado os bastidores do crime, fornecendo dados e facilitando a movimentação dos criminosos que compõem o “tribunal do tráfico”. A linha de investigação aponta que a morte de Marcos Aurélio não foi apenas um ato do tráfico, mas sim um crime encomendado com planejamento prévio.
O delegado responsável pelo caso destacou a importância da colaboração entre setores da inteligência e o trabalho de campo dos policiais civis para que a prisão fosse efetuada com segurança e sem resistência. “Estamos diante de um crime que choca não apenas pela crueldade da execução, mas pela frieza de uma possível traição conjugal com desfecho fatal”, declarou.
A acusada foi levada à sede da DHNSG, onde prestou depoimento e permanecerá à disposição da Justiça. A polícia segue investigando se outras pessoas próximas ao casal também estiveram envolvidas na trama. O caso reforça o alerta para a influência crescente do tráfico de drogas em comunidades do interior do estado, onde muitas vezes criminosos impõem suas próprias leis com extrema violência.
As investigações continuam para apurar todos os envolvidos e as reais motivações por trás do homicídio.