Na manhã desta terça-feira, a polícia prendeu Lucas da Conceição Ferraz, de 27 anos, e Kelly Mendes da Silva, de 30, no Hospital Federal da Lagoa, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Eles são suspeitos de torturar um bebê de apenas 11 meses. A investigação da 15ª Delegacia Policial (Gávea) aponta que Lucas agredia violentamente a criança, enquanto Kelly, a mãe, se mantinha omissa diante dos maus-tratos.
O caso veio à tona após a equipe médica do hospital desconfiar das múltiplas lesões apresentadas pelo bebê. Ao ser levado para atendimento, a criança já apresentava sinais de agressão física, o que levantou um alerta imediato. Profissionais de saúde acionaram a polícia, que iniciou a investigação e constatou que os ferimentos eram decorrentes de violência sistemática.
De acordo com os agentes da 15ª DP, Lucas da Conceição Ferraz era o principal autor das agressões. Testemunhas relataram que ele tinha histórico de comportamento violento, mas o ciclo de abusos contra a criança permaneceu oculto até a denúncia feita pelos médicos. “As lesões eram compatíveis com agressões graves e frequentes. A investigação indicou que a mãe sabia e não tomou nenhuma atitude para proteger o filho”, informou um policial envolvido no caso.
A polícia também apura se os vizinhos ou familiares tinham conhecimento dos maus-tratos. Em muitos casos, a violência contra crianças ocorre de maneira silenciosa, sem intervenção externa. Especialistas reforçam a importância da denúncia: qualquer suspeita pode ser comunicada anonimamente ao Disque 100, canal do Ministério dos Direitos Humanos voltado para violações contra crianças e adolescentes.
Lucas e Kelly foram presos em flagrante e levados para a 15ª DP, onde prestaram depoimento. A Justiça deve decidir sobre a manutenção da prisão preventiva dos suspeitos nos próximos dias. A criança segue internada e sob cuidados médicos. O Conselho Tutelar foi acionado e acompanha o caso de perto para garantir a segurança do bebê.
O caso gerou revolta e comoção na comunidade, reacendendo debates sobre a importância da proteção infantil e do fortalecimento das redes de apoio às vítimas de violência doméstica. A investigação segue em andamento, e os acusados podem responder por tortura e omissão, crimes com penas que podem ultrapassar 10 anos de prisão.