O cantor Marcelo D2 foi condenado a pagar uma multa de R$ 10 mil após uma postagem nas redes sociais, na qual chamou o ex-governador de São Paulo, João Doria, de “assassino”. A acusação está relacionada ao Massacre de Paraisópolis, tragédia ocorrida em 2019, quando nove pessoas morreram em um confronto durante uma operação policial em uma festa clandestina na comunidade de Paraisópolis, zona sul da capital paulista.
A condenação foi proferida pela Justiça de São Paulo, que entendeu que a postagem feita por D2 ultrapassou os limites da liberdade de expressão, configurando ofensa à honra de João Doria. A decisão foi baseada no entendimento de que a acusação feita pelo cantor não teve provas suficientes para sustentá-la e foi considerada uma ofensa grave.
Em sua publicação, D2 criticou o governo de Doria e o episódio de Paraisópolis, fazendo duras críticas à ação policial e à condução da operação. Durante o caso, o cantor afirmou que as mortes foram resultado de uma “ação de assassinato” por parte do estado, e apontou diretamente o ex-governador como responsável. A postagem gerou grande repercussão, tanto nas redes sociais quanto na mídia, com manifestações a favor e contra a posição de D2.
A defesa de Marcelo D2 argumentou que o cantor exerceu seu direito à liberdade de expressão ao se manifestar sobre um evento de grande repercussão social. No entanto, a Justiça entendeu que o uso do termo “assassino” sem respaldo nas investigações sobre a morte das vítimas foi excessivo e ofensivo, gerando danos à imagem de Doria.
Por outro lado, a defesa do ex-governador alegou que a acusação feita por D2 afetou sua honra e causou um grande prejuízo à sua reputação, tanto pessoal quanto profissional. A condenação imposta ao cantor envolve a obrigação de pagar a multa estipulada, mas também traz um alerta sobre os limites das manifestações nas redes sociais, principalmente quando há acusações graves sem evidências que as sustentem.
A decisão levanta um debate sobre a linha tênue entre liberdade de expressão e o direito à honra, especialmente em tempos de polarização política e crescente uso das redes sociais como plataformas para manifestações públicas.