Uma tragédia abalou a cidade de Ceilândia, no Distrito Federal, na última quinta-feira (10), quando Sara Raissa Pereira, de apenas 8 anos, perdeu a vida após participar do chamado “desafio do desodorante”, uma prática extremamente perigosa que vem ganhando popularidade entre crianças e adolescentes nas redes sociais, especialmente no TikTok.
Segundo a reportagem, Sara inalou o gás de um desodorante aerossol, reproduzindo o conteúdo de vídeos que circulam livremente na internet. A inalação causou uma parada cardiorrespiratória imediata. A menina foi socorrida às pressas e levada ao Hospital Regional de Ceilândia, onde equipes médicas lutaram por aproximadamente uma hora para reanimá-la. Infelizmente, após 60 minutos de tentativas, a morte cerebral foi confirmada.
O caso gerou grande comoção e acendeu um alerta sobre o impacto das redes sociais na vida de crianças e adolescentes. A Polícia Civil do Distrito Federal instaurou um inquérito para investigar as circunstâncias da morte. Um dos principais focos da investigação é a origem e a disseminação do conteúdo que incentiva o “desafio do desodorante”. Dependendo das conclusões, os responsáveis pela divulgação do desafio poderão responder por homicídio duplamente qualificado.
Esse não é um episódio isolado. Recentemente, no município de Bom Jardim, em Pernambuco, outra tragédia semelhante tirou a vida de Brenda Sophia Melo de Santana, de 11 anos. Assim como Sara, Brenda também inalou o gás de um desodorante aerossol e sofreu consequências fatais. Esses casos mostram como os desafios virais podem ultrapassar os limites do entretenimento e se transformar em armadilhas letais para crianças desavisadas.
Especialistas em saúde e segurança infantil têm reforçado os perigos associados à inalação de substâncias químicas como os aerossóis. Os efeitos incluem intoxicações graves, arritmias, danos neurológicos e, como nos casos de Sara e Brenda, paradas cardíacas irreversíveis.
Diante dessa realidade, médicos, psicólogos e autoridades alertam sobre a urgência da supervisão parental. “É fundamental que os pais acompanhem o que seus filhos assistem e compartilham nas redes sociais. O diálogo aberto e constante é uma das formas mais eficazes de prevenir tragédias como essa”, afirmou uma especialista em comportamento infantil.
As redes sociais, por sua vez, também são alvo de críticas por permitirem a disseminação de conteúdos perigosos, sem mecanismos eficazes de controle e alerta. O caso de Sara reacende o debate sobre a responsabilidade das plataformas digitais na segurança de seus usuários, especialmente os mais jovens.
A morte de Sara Raissa Pereira não pode ser apenas mais uma estatística. É um grito de alerta para pais, educadores, autoridades e para a própria sociedade, sobre os riscos escondidos atrás das telas que fazem parte do dia a dia das novas gerações.