Pode preparar a maternidade (de brinquedo), porque os bebês não param de nascer em Guaratinguetá, no interior de São Paulo. A responsável por essa verdadeira “maternidade de plástico” é a empresária Ana Luiza Dixon, que comanda uma fábrica especializada na produção de bonecas do tipo reborn — aquelas que parecem bebês de verdade e são feitas com riqueza de detalhes para encantar crianças e adultos.
O negócio, que hoje emprega 35 pessoas e movimenta centenas de pedidos todos os meses, começou de forma bastante inusitada: como um desafio de mãe. Ana Luiza queria presentear a filha com uma boneca diferente, mais realista, e resolveu tentar fazer uma sozinha. Entre pincéis, tintas e tutoriais na internet, surgiu a primeira criação — e, com ela, uma nova paixão.
“Eu queria algo especial para minha filha, mas quando vi o resultado, percebi que poderia transformar aquilo em algo maior”, conta a empresária. E foi exatamente o que aconteceu. Hoje, cerca de 300 bebês reborn “nascem” mensalmente na fábrica, todos feitos à mão, com direito a cílios, dobrinhas, cabelos implantados fio a fio e até cheirinho de talco.
Apesar da aparência delicada, o processo de criação exige muita técnica e dedicação. Cada boneca pode levar de dois a cinco dias para ficar pronta, dependendo do modelo e do nível de personalização. “Tem cliente que manda até a foto do bebê de verdade para a gente fazer igualzinho. É um trabalho artístico e emocional”, explica Ana Luiza.
A clientela é variada: vão desde colecionadores e artistas até famílias que buscam um presente especial para os pequenos — e, em alguns casos, até para adultos em tratamento emocional. Os bebês reborn já foram, inclusive, usados em terapias com idosos e pacientes com Alzheimer.
O sucesso da fábrica chamou a atenção de influenciadores e até de programas de TV. Nas redes sociais, os vídeos mostrando a produção das bonecas acumulam milhões de visualizações, atraindo pedidos de todo o Brasil — e até do exterior. “Tem bebê nosso que já foi morar em Portugal, no Japão, nos Estados Unidos… Eles têm mais carimbo no passaporte que eu!”, brinca a empresária.
Apesar do ritmo intenso, Ana Luiza faz questão de manter o toque artesanal do negócio. “A gente não quer virar uma linha de produção fria. Cada bebê tem sua história, e é isso que encanta os nossos clientes”, afirma.
Se depender de Ana Luiza e sua equipe, o berçário de Guaratinguetá vai continuar cheio por muito tempo. Afinal, por lá, sempre cabe mais um recém-nascido — mesmo que seja feito de vinil.