Mesmo após a Justiça do Rio determinar, na noite de ontem, que o funcionamento de hospitais de campanha seja mantido, o governo estadual prossegue no desmonte das unidades. Na manhã deste sábado, às 11h20, o único paciente que permanecia internado no Hospital do Maracanã foi transferido para o Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), em Vila Isabel.
Desde o início da manhã, familiares do paciente aguardavam, no hospital de campanha, um posicionamento a respeito de uma possível transferência.
Presidente do Sindicato Estadual dos Enfermeiros, Mônica Armada esteve no local por volta das 10h e lamentou a decisão do governo estadual.
– O governo está descumprindo a decisão judicial. Os computadores e equipamentos da parte administrativa já estavam sendo desmontados desde quinta-feira, surpreendendo os trabalhadores. Enquanto isso, permanecemos sem um posicionamento sobre o pagamento dos salários de junho e deste mês – reclamou.
O Governo do Estado ainda não respondeu se recebeu a intimação da Justiça de forma oficial.
A decisão judicial favorável a continuidade do funcionamento dos hospitais foi concedida poucas horas depois do Ministério Público do Estado e a Defensoria Pública do Rio darem entrada com petição contrária à decisão do governo estadual de desativar seus dois hospitais de campanha, do Maracanã e de São Gonçalo, após término do contrato com a Organização Social Iabas.
Em nota, a secretaria estadual de Saúde (SES) informa que “ainda não foi notificada da decisão judicial e frisa que os hospitais de campanha do Maracanã e de São Gonçalo não fecharam, como afirmou nesta sexta-feira o secretário Alex Bousquet. Diz ainda que “neste momento, há um paciente internado no hospital de campanha do Maracanã e outro no de São Gonçalo” e que “as duas unidades estão sob administração da Fundação Saúde (FS)”. O órgão acresenta que “os hospitais seguem ativos e em condições de receber pacientes se necessário, como apoio e contingência aos leitos regulares da rede hospitalar”.
Veja a íntegra da nota:
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informa que ainda não foi notificada da decisão judicial, e frisa que os hospitais de campanha do Maracanã e de São Gonçalo não fecharam, como afirmou nesta sexta-feira o secretário Alex Bousquet. Neste momento, há um paciente internado no hospital de campanha do Maracanã e outro no de São Gonçalo. As duas unidades estão sob administração da Fundação Saúde (FS). Os hospitais seguem ativos e em condições de receber pacientes se necessário, como apoio e contingência aos leitos regulares da rede hospitalar.
A SES esclarece que os pacientes foram transferidos, de forma preventiva, para o Hospital Universitário Pedro Ernesto, o Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, o Instituto Estadual do Tórax Ary Parreira e o Hospital Municipal Luiz Palmier, tendo em vista que o Iabas notificou sua decisão de interromper o funcionamento dos hospitais a partir deste sábado (18/07). A transferência foi feita de modo seguro e por decisão médica, solicitada através da Central Estadual de Regulação. As unidades para onde os pacientes foram transferidos são bem aparelhadas e dotadas de leitos especialmente preparados para atender pacientes de Covid-19.
Os equipamentos utilizados nos hospitais de campanha do Maracanã e São Gonçalo são bens do Governo do Estado e permanecem nas unidades.
A SES reforça que a OS Iabas é responsável pela quitação da folha salarial em atraso dos funcionários dos hospitais de campanha. A direção da Fundação Saúde, interventora do contrato dos hospitais de campanha, esclarece que, de acordo com a análise feita a partir dos documentos recebidos pela empresa Hera, contratada pelo Iabas, atestou o valor de R$ 701 mil referentes a serviços médicos efetivamente prestados. A quantia aferida como regular representa cerca de 32% do valor das notas fiscais apresentadas pela empresa.
A direção ressalta que o valor apurado pelo setor de Recursos Humanos da Fundação Saúde tem como base as informações apresentadas nas documentações recebidas da empresa Hera, subcontratada pelo Iabas, e não exclui a possibilidade de existência de demais serviços médicos prestados, porém, até a presente data, não há informações consolidadas quanto a sua comprovação.