O Rio de Janeiro mais uma vez confirma que não é para amadores. Em um novo capítulo do domínio criminoso que assola a cidade, surgem denúncias de que a milícia que atua na região de Rio das Pedras, Zona Oeste da capital, criou uma nova forma de extorsão: a chamada “taxa da farinha”.
Segundo informações reveladas pela TV Bandeirantes nesta segunda-feira (28), moradores e comerciantes da região denunciaram que padarias locais estão sendo obrigadas a comprar farinha de trigo diretamente do grupo paramilitar. A prática, que se soma à já conhecida cobrança de “taxas de segurança”, é mais uma maneira encontrada pelos milicianos para controlar a economia da comunidade e ampliar seus lucros ilegais.
De acordo com as denúncias, os comerciantes não têm escolha: ou compram o insumo superfaturado fornecido pela organização criminosa, ou enfrentam represálias violentas. Ainda segundo os relatos, a farinha vendida pela milícia é muitas vezes de qualidade inferior, mas o preço cobrado é bem acima do valor de mercado. Em alguns casos, a diferença chega a ser de 30% a 50%, impactando diretamente o custo da produção e, consequentemente, o preço final dos produtos para a população.
A situação revoltou moradores e empresários locais, que, sob anonimato, relataram o clima de medo instaurado na região. “Não é mais só uma taxa de segurança. Agora eles querem controlar tudo o que a gente compra e vende”, disse um comerciante.
Especialistas em segurança pública alertam que esse tipo de atuação demonstra o grau de sofisticação e expansão das atividades criminosas. Ao dominar o fornecimento de produtos essenciais, a milícia não apenas lucra com a venda forçada, mas também fortalece seu poder econômico e social na comunidade.
Até o momento, as autoridades não se pronunciaram oficialmente sobre a nova denúncia. O caso acende mais uma vez o alerta para a urgente necessidade de ações efetivas contra o avanço da criminalidade organizada no Rio.
Enquanto isso, moradores e pequenos empresários de Rio das Pedras seguem reféns de um sistema paralelo, onde o medo e a extorsão se tornaram parte do cotidiano.