Foi preso na manhã desta terça-feira (8), em Magé, na Baixada Fluminense, o miliciano suspeito de ter assassinado o sushiman Ramon, de 26 anos, em um crime que chocou moradores da comunidade Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Segundo testemunhas, tudo começou com uma discussão na Rua Nova, via bastante movimentada da região. Ramon teria se desentendido com o suspeito — que seria integrante de uma milícia que atua com rigor na comunidade. Durante o bate-boca, moradores relataram que houve troca de xingamentos e ameaças. Diante da tensão, Ramon preferiu encerrar a discussão e decidiu ir embora. No entanto, quando virou de costas para deixar o local, foi covardemente baleado pelas costas.
O jovem, que trabalhava como sushiman em um restaurante da região, chegou a ser socorrido por moradores e levado a uma unidade de saúde próxima, mas não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no trajeto.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) assumiu o caso e, após investigações e o cruzamento de imagens de câmeras de segurança, chegou até o suspeito, que havia fugido para Magé, onde estava escondido em uma casa usada como ponto de apoio por milicianos. Ele foi preso em flagrante e será indiciado por homicídio qualificado.
A Polícia Civil informou que o acusado já tinha passagens anteriores por extorsão e associação criminosa, e é apontado como segurança e cobrador de “taxa de proteção” em áreas dominadas pela milícia.
A morte de Ramon causou grande revolta entre os moradores de Rio das Pedras, que denunciam a crescente intimidação e violência imposta por grupos paramilitares na região. “Ele era um menino trabalhador, não se metia com ninguém. Foi morto de graça, por ego desse cara”, disse um vizinho da vítima, emocionado.
A família de Ramon pede justiça e que o caso não seja mais um a cair no esquecimento. O corpo será sepultado ainda hoje, em cerimônia restrita a parentes e amigos próximos.
As investigações continuam, e a polícia não descarta a possibilidade de novos envolvidos no crime.
