GUARATIBA, RJ — A pacata comunidade de Piraquê, localizada em Pedra de Guaratiba na zona oeste do Rio de Janeiro, tornou-se o cenário de uma iminente guerra urbana. Segundo relatos obtidos por nossa equipe através de áudios de moradores que preferiram manter anonimato, uma grande movimentação de milicianos foi notada na noite desta quinta-feira, por volta das 22 horas, indicando preparativos para um confronto armado com traficantes do Comando Vermelho.
Os moradores descrevem uma atmosfera de medo e incerteza, pois segundo eles, a área parece estar sendo preparada para ser um campo de batalha. “Nunca vimos tantos armados aqui. É como se estivessem prontos para uma guerra,” relata um dos residentes em condição de anonimato.
Este acirramento de forças é atribuído a “Pipito”, apelidado sucessor de “Zinho” que atualmente se encontra detido em um presídio federal. Fontes locais sugerem que Pipito teria enviado seu Grupo de Ações Táticas (GAT) para auxiliar os milicianos de Guaratiba na retomada de territórios que foram perdidos para os rivais do Comando Vermelho.
A comunidade de Piraquê, que até então vivia num relativo estado de calma sob o controle miliciano, agora se vê no meio de uma disputa territorial intensa. “A situação está muito tensa. As ruas que eram de todos agora são patrulhadas por homens armados até os dentes”, comenta outro morador.
A milícia, que historicamente tem exercido controle através de extorsões, vendas ilegais de gás e serviços de segurança pirata, parece estar perdendo terreno para o tráfico organizado, o que pode ter precipitado essa escalada de violência. “Os traficantes têm tentado se infiltrar aqui faz meses. Parece que agora vai resolver no tiro,” especula um residente antigo.
A polícia, até o momento, não se pronunciou oficialmente sobre os acontecimentos na região, mas fontes extraoficiais indicam que operações estão sendo planejadas para evitar que o confronto entre os grupos rivais ecloda em violência aberta, colocando em risco a vida dos moradores.
Especialistas em segurança pública consultados indicam que o aumento de tensões pode ser um prenúncio de uma nova fase de instabilidade na zona oeste, que já foi palco de violentos confrontos no passado. “O que estamos vendo pode ser apenas o começo de uma nova e sangrenta disputa pelo controle territorial”, analisa um especialista que prefere não se identificar.
Para os moradores de Piraquê, a noite de quinta-feira foi apenas um vislumbre do que pode estar por vir. Muitos relatam que estão considerando abandonar suas casas até que a situação se estabilize. “Ninguém quer estar no meio do fogo cruzado. Melhor perder a casa do que a vida,” desabafa uma moradora, mãe de dois filhos.
A situação em Piraquê permanece fluida, e as próximas horas podem ser decisivas para determinar o rumo que essa crise de segurança tomará. Enquanto isso, a comunidade se vê refém do medo, aguardando ansiosamente por uma resolução que traga de volta a paz ao seu cotidiano antes marcado pela tranquilidade e agora, pelo som de balas.



