A traficante paraense Bianca Duarte Franco, de 24 anos, conhecida como “Anya”, foi presa nesta sexta-feira (2) durante uma operação conjunta entre as polícias civis do Pará e da 64ª DP (São João de Meriti). Bianca ficou conhecida nas redes sociais por ostentar armas de grosso calibre, como fuzis, em favelas do Rio de Janeiro, onde atuava como integrante do Comando Vermelho.
A prisão ocorreu em Cabo Frio, na Região dos Lagos, e contou com apoio da Delegacia de Repressão a Facções Criminosas (DRFC) do Pará. Além de Bianca, duas outras mulheres foram presas em flagrante por tráfico de drogas e associação para o tráfico: Layane Tharlita Santos Santana, também do Pará, e Kalita Eduarda Ataíde, natural de Brasília.
Bianca chocou ao admitir em vídeo que sua família está ciente de suas atividades criminosas. “Minha mãe sabe que eu sou bandida, sabe que eu trafico”, disse. A jovem, que nas redes sociais escondia o rosto com filtros enquanto ostentava armas, tinha uma postura provocadora. Em uma de suas postagens, chegou a debochar de avisos sobre sua iminente captura: “O mundo é dos espertos”.
O que ela não imaginava era que a inteligência policial também estava atenta. Segundo os investigadores, Bianca tinha um papel de destaque dentro da facção criminosa. No Pará, ela era responsável por cadastrar os novos integrantes da organização — uma espécie de “diretora de Recursos Humanos” do Comando Vermelho.
A prisão da jovem faz parte de uma ofensiva mais ampla contra a facção, que, nas últimas semanas, resultou na detenção de 35 criminosos em diferentes estados. A operação é financiada pelo Ministério da Justiça e tem como principal objetivo frear a expansão territorial da organização criminosa, que já ultrapassa os limites do tráfico de drogas.
“O Comando Vermelho hoje não se limita mais ao tráfico. Eles buscam o domínio territorial, o controle econômico, principalmente por meio da extorsão a comerciantes. Isso já é um problema sério tanto no Pará quanto aqui no Rio de Janeiro”, afirmou o delegado Gustavo Fossati, da Polícia Civil do Pará.
Bianca foi autuada por tráfico de drogas, associação ao tráfico e participação em organização criminosa. As investigações continuam para identificar mais envolvidos e desarticular o esquema que atua em diversos estados.
A prisão da jovem serve como alerta para o avanço do crime organizado e para a influência que figuras como ela exercem nas redes sociais, onde a criminalidade é romantizada e muitas vezes tratada como estilo de vida. Com vídeos dançando armada e mensagens desafiadoras, Bianca se tornou um símbolo da audácia do novo perfil de traficante: jovem, conectado e sem medo de se expor.
A operação segue em andamento, com novas diligências previstas para os próximos dias.