O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, entrou com um processo contra um homem de 66 anos após ser alvo de críticas em um grupo de WhatsApp de um condomínio em Niterói (RJ). Na ação, Dino pede uma indenização de R$ 30 mil por danos morais, alegando que as mensagens ultrapassaram os limites da liberdade de expressão e atingiram sua honra.
De acordo com a petição inicial, o morador teria feito comentários considerados ofensivos contra o ministro em conversas privadas do grupo. Embora os debates tenham ocorrido em um espaço restrito, o conteúdo acabou sendo registrado e chegou ao conhecimento do magistrado, que decidiu acionar a Justiça.
O caso reacende o debate sobre os limites entre a liberdade de expressão e a responsabilização judicial por críticas a autoridades públicas. Para a defesa do ministro, as mensagens não se tratam de simples manifestações de opinião, mas de ataques diretos à sua imagem. Já especialistas em direito constitucional apontam que o episódio levanta discussões sobre o alcance da imunidade da fala em ambientes virtuais privados e o risco de processos inibirem a participação cidadã.
Flávio Dino, ex-senador e ex-ministro da Justiça, assumiu o cargo de ministro do STF em fevereiro de 2024, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desde então, tem sido alvo constante de manifestações contrárias em redes sociais, reflexo de sua trajetória política marcada por embates com setores da oposição.
O processo movido em Niterói ainda aguarda decisão judicial. Caso o pedido seja acatado, o morador poderá ser condenado a pagar a indenização solicitada. O episódio evidencia como discussões em grupos de aplicativos de mensagens, muitas vezes vistos como espaços privados, podem ter consequências jurídicas significativas.