O ex-secretário de Turismo de Bariloche, Gastón Burlón, de 52 anos, não resistiu aos ferimentos após ser baleado no Rio de Janeiro e faleceu nesta segunda-feira (13), mais de um mês depois do ataque. O incidente, que chocou tanto o Brasil quanto a Argentina, ocorreu no dia 12 de dezembro de 2024, quando Burlón entrou acidentalmente em uma área controlada pelo tráfico de drogas no bairro Rio Comprido.
Gastón Burlón estava em visita ao Brasil como turista e, ao tentar acessar um endereço, acabou entrando por engano em uma favela da região. Ele foi atingido por disparos efetuados por criminosos que, segundo investigações preliminares, confundiram o veículo em que o argentino estava com o de rivais. Desde então, Burlón estava internado no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio, onde permaneceu em estado gravíssimo até sua morte.
O crime gerou forte repercussão internacional, especialmente em Bariloche, cidade turística argentina onde Burlón era uma figura pública reconhecida. Em nota oficial, a Câmara de Turismo de Bariloche lamentou profundamente a morte, descrevendo Burlón como “um líder comprometido e visionário, que sempre trabalhou para impulsionar o turismo e fortalecer a identidade cultural da região”.
Investigação e busca pelo suspeito
As autoridades brasileiras continuam à procura do responsável pelos disparos. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que trabalha com imagens de câmeras de segurança e depoimentos de testemunhas para identificar os envolvidos. A polícia acredita que o suspeito, ainda foragido, faz parte de uma facção criminosa que controla o tráfico de drogas no local.
O governo argentino também acompanha de perto a apuração do caso. O Ministério das Relações Exteriores da Argentina enviou um pedido formal às autoridades brasileiras para garantir que os responsáveis sejam levados à Justiça.
Repercussão e insegurança no Rio
A morte de Gastón Burlón reacendeu o debate sobre a violência urbana no Rio de Janeiro, especialmente em áreas turísticas. Casos de turistas entrando em comunidades por engano têm sido recorrentes, muitas vezes com desfechos trágicos. Organizações ligadas ao turismo criticaram a falta de sinalização adequada e destacaram a necessidade de campanhas de conscientização para evitar situações semelhantes.
A Prefeitura do Rio de Janeiro informou que tem intensificado ações de segurança em áreas turísticas e reforçado os esforços para melhorar a sinalização viária e os sistemas de orientação para visitantes.
A tragédia de Gastón Burlón deixa um alerta para a necessidade de medidas urgentes que protejam não apenas os turistas, mas também os moradores do Rio de Janeiro, que convivem diariamente com a insegurança em suas comunidades. Enquanto isso, o legado de Burlón permanece como um exemplo de dedicação ao turismo e ao desenvolvimento cultural.