Na madrugada desta terça-feira, um trágico episódio chocou os moradores de São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Um motorista de aplicativo foi brutalmente espancado até a morte após se recusar a levar a primeira-dama do tráfico até a comunidade do Pombal CV.
A vítima, identificada como Marcelo de Souza, 32 anos, estava trabalhando quando recebeu a solicitação de corrida. Sem saber a identidade da passageira, aceitou o chamado e foi até o local de embarque. Ao chegar, Marcelo percebeu que se tratava de uma figura conhecida no mundo do crime, frequentemente vista em companhia de líderes do tráfico local.
De acordo com testemunhas, Marcelo, ao entender a situação, educadamente se recusou a seguir viagem, alegando temer por sua segurança. A negativa não foi bem recebida pela passageira, que imediatamente fez uma ligação. Poucos minutos depois, um grupo de homens armados cercou o veículo, arrancando Marcelo do carro e iniciando uma série de agressões brutais.
Os agressores utilizaram pedaços de madeira, socos e chutes, deixando Marcelo gravemente ferido. A cena violenta atraiu a atenção de moradores próximos, que, impotentes, assistiram ao ataque. O socorro foi acionado, mas, infelizmente, ao chegar, Marcelo já estava sem vida.
A polícia foi chamada ao local e iniciou investigações para identificar os responsáveis pelo crime. A primeira-dama do tráfico, que não teve o nome revelado, está sendo procurada pelas autoridades. “É inadmissível que trabalhadores honestos sejam vítimas de tamanha brutalidade. Vamos intensificar as buscas para prender todos os envolvidos”, afirmou o delegado responsável pelo caso.
O episódio lança luz sobre a perigosa realidade enfrentada por motoristas de aplicativo na região, que frequentemente se deparam com situações de risco devido à atuação de facções criminosas. A morte de Marcelo gerou uma onda de indignação entre os colegas de profissão, que organizaram uma manifestação pedindo mais segurança e medidas protetivas para a categoria.
Os amigos e familiares de Marcelo estão desolados. Ele era descrito como um homem trabalhador, dedicado à família e sempre preocupado com o bem-estar dos filhos. “Perdemos um grande homem, um pai de família exemplar. A dor é imensa e a sensação de injustiça é devastadora”, declarou uma prima da vítima.
A comunidade do Pombal CV é conhecida por ser um dos redutos do Comando Vermelho, uma das facções criminosas mais poderosas do Rio de Janeiro. O controle do tráfico na região é marcado por disputas violentas e repressão aos moradores, que vivem sob constante medo e insegurança.
Este caso reforça a urgência de medidas mais efetivas de combate ao crime organizado e a necessidade de políticas públicas que garantam a segurança de trabalhadores e moradores de áreas dominadas pelo tráfico. A luta de Marcelo por uma vida digna foi brutalmente interrompida, mas sua história ecoa como um grito por justiça e mudança.