A escolha da data se deve ao fato de a Uber, uma das maiores do ramo, lançar neste dia uma oferta pública inicial (IPO) na Bolsa de Valores de Nova York. Com a entrada na Bolsa, a empresa busca um valor de mercado de U$ 90 bilhões — sua principal concorrente nos Estados Unidos, a Lyft, estreou com valor de U$24,3 bilhões.
Nas redes sociais, principalmente no Facebook, Youtube e Whatsapp, os trabalhadores têm se organizado e pedido união e adesão à paralisação, batizada de “Uber Off”. No Brasil, os motoristas orientam que seus colegas desliguem os aplicativos por 24 horas.
Em grupos fechados do Facebook, o movimento é tema majoritário nos posts. “Amanhã, milhões de motoristas pelo mundo simplesmente não vão ligar seus aplicativos para mostrar para as gigantes de mobilidade que eles estão cansados da falta de transparência, da exploração e que sem eles essas empresas simplesmente não funcionam! A luta é por dignidade, taxas justas e transparência!” escreve um dos membros.
“Pouco recurso e muito risco”
Felipe Giunti, 36 anos, é motorista de aplicativo de caronas e vai participar da paralisação amanhã. Ele conta que deixou de trabalhar somente com o aplicativo porque a renda era insuficiente e o risco, grande. “A grana que fazia não me dava segurança de nada, até porque tinha custos do carro como manutenção, seguro e extras. Além de risco de batida, sequestro, assalto e até morte.”
Reivindicações
Fabrício Tairo Mattos, 28, é advogado de motoristas de aplicativo. Ele explica que a reivindicação dos motoristas se dá pelas taxas, que não são fixas. “Esses aplicativos têm uma taxa que é descontada nas corridas. É uma tarifa dinâmica, que calcula quilômetro corrido e tempo, mas isso acaba surpreendendo quando, por exemplo, em uma corrida mais lucrativa, os descontos são maiores. Quando elas passam de 30, 40 reais, existem tarifas de 40% a 50%. A reclamação é essa, eles desejam a adoção de uma taxa fixa”, diz.