A Polícia Civil do Rio Grande do Sul investiga as circunstâncias da morte de Deise Moura dos Anjos, suspeita de envenenar três pessoas com arsênio em um bolo de frutas. Deise foi encontrada enforcada na cela da Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba na manhã desta quinta-feira (13). O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado, mas a detenta não resistiu e morreu logo após os primeiros atendimentos.
A principal linha de investigação aponta para suicídio, mas a Polícia Civil e o Instituto-Geral de Perícias (IGP) seguem apurando o caso. O que intriga os investigadores são os bilhetes deixados por Deise antes de morrer. Durante a análise da cela, os agentes encontraram mensagens escritas, incluindo um desabafo registrado em uma camiseta: “Não sou assassina, só sou um ser humano fraco com depressão por tanto sofrer e pagar pelo erro dos outros.” Outras anotações foram encontradas, mas ainda estão sendo periciadas.
No momento da morte, Deise estava sozinha e vestia o uniforme de detenta. Fontes ligadas à investigação revelaram que, no dia anterior ao ocorrido, ela entregou sua aliança, após o marido pedir a separação. A reviravolta emocional pode ter sido um fator determinante para o desfecho trágico.
Deise Moura dos Anjos estava presa temporariamente desde o dia 5 de janeiro. Inicialmente, cumpria detenção no Presídio Estadual Feminino de Torres, mas, em 6 de fevereiro, foi transferida para a unidade de Guaíba por questões de segurança, após a Justiça determinar a prorrogação de sua prisão.
Ela era investigada por um crime chocante ocorrido na véspera de Natal, em Torres (RS). Segundo as investigações, no dia 24 de dezembro de 2024, Deise preparou um bolo de frutas em Arroio do Sal e levou para uma reunião familiar. Sete pessoas ingeriram o alimento, e, pouco tempo depois, começaram a passar mal. Três delas não resistiram e morreram. A perícia detectou a presença de arsênio na sobremesa, levando à prisão da suspeita.
A versão de Deise sempre foi de inocência. Desde o início do caso, ela negava qualquer envolvimento e alegava ser vítima de uma injustiça. Familiares das vítimas, no entanto, afirmavam que havia indícios de desavenças e conflitos anteriores entre ela e alguns membros da família.
Agora, com sua morte, a investigação ganha novos contornos. A polícia segue analisando as mensagens deixadas pela detenta e também revisando as provas do crime original. Especialistas ressaltam que, mesmo com o falecimento da principal suspeita, a apuração deve continuar para esclarecer todos os pontos pendentes do caso.
O que levou Deise Moura dos Anjos a esse desfecho trágico? Teria sido realmente a autora do crime, ou estaria pagando por um erro alheio, como alegava em sua última mensagem? Essas são questões que a justiça e a perícia ainda tentam responder.