A mãe que deu à luz na recepção do Hospital Pedro II, Paula Jose da Silva, de 30 anos, conta que chegou à unidade na madrugada desta segunda-feira, com fortes contrações. O marido e o cunhado, que a acompanhavam, procuraram pela equipe médica, mas não localizaram. Na tarde desta segunda-feira, Paula relembrou os momentos de aflição e disse uma enfermeira e três médicos só apareceram quando ela “já havia feito tudo sozinha”.
Segundo a paciente, depois que já estava com a filha no colo, ficou preocupada porque a criança estava roxa e não chorava.
— Fiquei fazendo massagem nela até que ela chorou. Foi quando apareceu uma enfermeira. Depois apareceram três médicos. Mas eu já havia feito tudo sozinha — diz ela.
A recepcionista da unidade de saúde, lembra a mãe, chamou a equipe de plantão, mas ninguém apareceu. O marido de Paula, então, foi até a sala onde os médicos deveriam estar, mas o local estava vazio.
— Quando vi, a cabeça do bebê já estava coroando. Eu disse que estava nascendo e a recepcionista pediu que eu aguardasse. Então me deitei no chão para evitar que o bebê caísse. Assim que me deitei, ela nasceu — contou Paula, que passa bem e está internada na enfermaria de obstetrícia.
Durante cerca de 30 minutos, outras gestantes e acompanhantes que também aguardavam atendimento acompanharam o sofrimento da gestante. Paula esperava seu quarto filho para janeiro. Mas Dalila, nome escolhido pelo pai, resolveu vir antes.
— Ela nasceu de oito meses, mas está bem. Precisa apenas ficar na encubadora para pegar peso — contou a mãe.
Em nota enviada pela Secretaria municipal de Saúde, a direção do Hospital Pedro II informou que a “gestante chegou ao hospital no período expulsivo do trabalho de parto, sem que houvesse tempo para que fosse levada ao centro obstétrico”. Ainda segundo a nota, o bebê nasceu com 36 semanas e se encontra sob cuidados médicos. O recém-nascido e mãe passam bem.
A direção do hospital afirma que, “na hora em que a mãe estava aguardando atendimento, quatro médicos obstetras estavam na unidade atendendo outras gestantes, além de três pessoas da equipe de acolhimento”.
Prefeitura atrasa repasses para pagar funcionários de OSs
Na última quinta-feira, o Tribunal Regional do Trabalho tentou negociar um acordo para que a Prefeitura do Rio repassasse às organizações sociais que administram unidades de saúde o valor referente ao salário de novembro e ao 13º. O resultado foi insatisfatório, já que o Município propôs pagar os vencimentos de novembro apenas no dia 14 de janeiro, dezembro e janeiro no dia 14 de fevereiro, e o 13º e salários de fevereiro em 14 de março. A desembargadora Rosana Salim não aceitou a proposta e marcou nova audiência para a próxima terça-feira.