Nos últimos dias, uma manchete chocante circulou nas redes sociais e em alguns sites de notícias: “Mulher morre por ameba comedora de cérebro, após lavar o nariz com água da torneira”. O alerta, publicado inicialmente pelo site “Portal do Tupiniquim”, causou grande repercussão e medo, mas sem apresentar detalhes concretos, fontes confiáveis ou um corpo de texto que explicasse o contexto do caso.
Para esclarecer a situação e separar o fato da especulação, é fundamental recorrer a informações verificadas por veículos jornalísticos sérios e dados oficiais. Afinal, a infecção causada pela Naegleria fowleri, popularmente chamada de “ameba comedora de cérebro”, é rara, mas muito grave — e o caso divulgado, embora trágico, é real e está bem documentado.
O que realmente aconteceu?
Segundo uma reportagem publicada pelo UOL VivaBem, em maio de 2025, uma mulher de 71 anos faleceu no estado do Texas, Estados Unidos, após contrair a perigosa infecção causada pela Naegleria fowleri. A ameba entrou no organismo da paciente durante uma lavagem nasal, que utilizou água da torneira proveniente de um trailer, em um camping. O caso foi confirmado e divulgado em um relatório do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) em 29 de maio de 2025.
A Naegleria fowleri é um protozoário que pode causar a meningoencefalite amebiana primária (MAP), uma inflamação fatal do cérebro. A infecção ocorre quando a ameba entra pelas vias nasais, geralmente em ambientes com água doce não tratada, como lagos, rios ou, como no caso citado, água não esterilizada de um reservatório.
Sintomas e evolução do quadro
O site Extra/Globo complementa o relato, explicando que a paciente apresentou sintomas graves como febre alta, forte dor de cabeça (cefaleia), convulsões e confusão mental. Estes sintomas apareceram aproximadamente quatro dias após a exposição à água contaminada. Infelizmente, a mulher não resistiu e faleceu oito dias após o início dos sintomas.
O veículo Metrópoles destaca que a investigação médica revelou a presença da ameba no líquido cefalorraquidiano da vítima, confirmando o diagnóstico. O uso repetido da água do tanque do trailer para a lavagem nasal foi o fator determinante para a infecção.
Recomendações para evitar o risco
Diante da gravidade da doença, o CDC reforça algumas medidas essenciais para quem utiliza soluções de irrigação nasal, como as populares “neti pots” ou sprays nasais:
- Nunca usar água diretamente da torneira para a lavagem nasal.
- Utilizar apenas água destilada, esterilizada ou fervida (por pelo menos 1 minuto, ou 3 minutos em altitudes acima de 1.980 metros).
- Higienizar corretamente os dispositivos de lavagem nasal após o uso.
Essas precauções são indispensáveis para evitar a entrada da ameba e prevenir a doença.
Resumo dos fatos confirmados
Detalhe | Informação |
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Local do caso | Texas, Estados Unidos |
Idade da vítima | 71 anos |
Data do relatório | 29 de maio de 2025, pelo CDC |
Causa da infecção | Naegleria fowleri, após irrigação nasal com água não esterilizada do tanque de trailer |
Evolução do quadro | Sintomas em 4 dias, óbito em 8 dias após início dos sintomas |
Medidas preventivas | Uso obrigatório de água destilada, esterilizada ou fervida para lavagem nasal |
A verdade por trás da manchete sensacionalista
O “Portal do Tupiniquim” publicou uma manchete que, apesar de alarmante, não apresentou nenhuma informação factual ou contexto sobre o ocorrido, o que pode induzir o público ao pânico e à desinformação. É importante que leitores e internautas busquem fontes confiáveis e dados confirmados antes de compartilhar notícias sensacionalistas, especialmente em casos que envolvem a saúde pública.
A tragédia no Texas é real e merece atenção, pois mostra a importância de seguir as recomendações sanitárias ao realizar práticas simples, como a lavagem nasal. No entanto, é essencial evitar o medo exagerado e o sensacionalismo, valorizando sempre a informação correta, clara e responsável.