A obesidade é um dos problemas de saúde que mais preocupam a sociedade médica. Além de aumentar as chances de desenvolver diabetes e doenças do coração, o mal também dificulta a gravidez, tanto a natural quanto por técnicas de reprodução assistida. Este foi o resultado de pesquisa realizada pelo Instituto Verhum. Isso porque as altas taxas de gordura no organismo atrapalham a ovulação.
— A produção de estrogênio, hormônio sexual feminino, está associada à gordura corporal, e o seu excesso no organismo causa um desequilíbrio hormonal, diminuindo as chances de engravidar naturalmente. A obesidade pode fazer com que as mulheres deixem de ovular, tornando-se inférteis — explica o ginecologista e especialista em reprodução humana Vinicius Medina Lopes, um dos responsáveis pela pesquisa.
Além de ter mais dificuldade para engravidar, a mulher obesa ainda enfrenta outros problemas (veja ao lado) relacionados à gestação. Um deles é a maior chance de sofrer um aborto. O estudo mostrou que mulheres obesas submetidas à fertilização in vitro tiveram uma taxa de abortamento espontâneo de 66,6%, contra 17,8% entre aquelas que tinham sobrepeso e 13,8% entre as que estavam no peso normal.
— A qualidade dos óvulos das mulheres obesas é inferior. Além disso, o embrião tem mais dificuldade de se implantar no endométrio, porque o ambiente é mais hostil a eles — afirma o médico.
Por conta disso, a orientação é que a mulher que deseja engravidar perca peso pelo menos dois meses antes de fazer a fertilização ou começar a tentar de maneira natural.
— Não adianta tentar perder peso ao longo do tratamento de fertilização, porque uma dieta muito restritiva gera um estresse metabólico tão grande que reduz as chances de sucesso.
Má alimentação afeta outras gerações
A mulher já nasce com todos os óvulos que terá durante a vida. Eles são formados até a 20ª semana gestacional, ou seja, ainda na barriga da mãe.
— Alguns estudos mostram que uma mãe que não se alimenta bem, pode transmitir problemas para a neta, já que os óvulos da filha podem ser formados com algum problema — alerta Vinícius.
Por isso, é fundamental que a grávida se alimente bem na gestação. Segundo a nutricionista Thaís Barbosa, a gestante deve ter uma dieta rica em ácido fólico, ferro, vitamina A e zinco:
— É importante comer vegetais verde escuros, beterraba, frango, carne vermelha, abacate e frutas vermelhas, grãos, castanhas… O segredo é um prato colorido.