No último domingo (16), a direção do Museu do Amanhã decidiu cercar o espelho d’água localizado na Praça Mauá, no Centro do Rio de Janeiro. A medida foi tomada após foliões de um bloco de carnaval utilizarem o local para se refrescar durante a passagem do cortejo.
Com as altas temperaturas e a euforia do carnaval, dezenas de pessoas entraram na estrutura aquática em busca de alívio do calor, transformando o espaço, que tem finalidade exclusivamente estética, em uma verdadeira piscina improvisada. A cena viralizou nas redes sociais, levantando debates sobre o uso do espaço e a necessidade de preservar patrimônios públicos.
A administração do Museu do Amanhã, em nota oficial, afirmou que a decisão de cercar o espelho d’água visa preservar a infraestrutura do local e evitar que novos episódios semelhantes ocorram. “O espelho d’água faz parte do projeto arquitetônico do museu e não é destinado para banho ou qualquer outro tipo de interação. A preservação desse espaço é fundamental para manter a integridade do patrimônio”, destacou a direção do equipamento cultural.
A medida dividiu opiniões entre os cariocas e visitantes. Enquanto alguns defendem a necessidade de preservar o espaço, outros questionam a falta de infraestrutura pública para aliviar o calor durante o verão, sugerindo que o local pudesse ser adaptado para uso recreativo.
Para especialistas em urbanismo e gestão de espaços públicos, o episódio reflete um dilema comum em cidades turísticas: a necessidade de equilibrar a preservação de monumentos com o aproveitamento do espaço urbano pela população. “O calor intenso faz com que as pessoas busquem alternativas para se refrescar, e o espelho d’água acaba sendo uma opção atrativa. A solução passa por mais planejamento urbano e opções de lazer acessíveis”, explica a urbanista Carolina Mendes.
O Museu do Amanhã é um dos principais pontos turísticos do Rio de Janeiro e recebe milhares de visitantes semanalmente. Projetado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava, o local busca promover reflexões sobre sustentabilidade, ciência e tecnologia.
Com a nova medida, seguranças e placas informativas também foram instaladas no entorno para reforçar a proibição. A direção do museu reforça a importância de conscientizar os visitantes sobre o uso adequado dos espaços urbanos e do respeito ao patrimônio público.