Em um caso chocante que revoltou moradores e chamou a atenção das autoridades, uma mulher está sendo investigada por desviar cerca de R$ 200 mil do próprio avô ao longo de vários anos. O caso foi revelado pela Polícia Civil do Paraná, que classificou a atitude da neta como “friamente calculada” e baseada em manipulações emocionais e mentiras grotescas. Para justificar o sumiço do dinheiro, a suspeita chegou a culpar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo o delegado responsável pela investigação.
De acordo com as autoridades, a mulher tinha controle total sobre as finanças do idoso e se aproveitou da confiança da família para aplicar os golpes. Parte significativa do montante desviado veio da aposentadoria mensal do avô e de um precatório de R$ 123,8 mil, liberado recentemente. Desse valor, ela repassou apenas R$ 14 mil à vítima.
Ao perceber que o dinheiro estava sumindo, a mulher começou a inventar desculpas cada vez mais absurdas. Uma das principais justificativas apresentadas ao avô foi a falsa informação de que “o Lula tinha cortado” o 13º salário dos aposentados, o que causou grande confusão e preocupação na vítima. No entanto, essa alegação era totalmente infundada e fazia parte do esquema de manipulação psicológica aplicado pela neta.
Mas a estratégia de engano não parou por aí. Em uma tentativa de criar uma falsa sensação de credibilidade, a investigada chegou a inventar uma personagem fictícia chamada “Jéssica”, que se passava por funcionária da Caixa Econômica Federal. Utilizando áudios e mensagens falsas, ela afirmava que Jéssica era a responsável pelos trâmites bancários e que determinadas pendências impediam o repasse do dinheiro ao avô.
A mulher também foi além: segundo a investigação, ela abriu contas bancárias em nome do idoso e realizou diversos empréstimos sem qualquer tipo de autorização. O golpe só veio à tona quando o filho da vítima começou a desconfiar de irregularidades nas contas do pai, como o atraso no pagamento do IPVA do veículo.
Diante da gravidade dos fatos, a Polícia Civil indiciou a suspeita por estelionato contra idoso e crime continuado. O delegado responsável afirmou que a mulher agiu de maneira sistemática, aproveitando-se da vulnerabilidade do avô para benefício próprio. “Ela sabia que ele confiava nela e usou isso para mantê-lo cego diante dos crimes que vinha cometendo. A tentativa de envolver o presidente da República na justificativa para os desvios mostra até que ponto ela estava disposta a ir para manter o golpe”, declarou.
A legislação brasileira é rigorosa com crimes financeiros contra idosos, especialmente quando envolvem vínculos familiares. Se condenada, a mulher pode pegar pena de reclusão de até 10 anos, além de responder por danos morais e materiais.
A família, profundamente abalada, afirma que jamais imaginou que algo desse tipo pudesse acontecer. O idoso, cuja identidade foi preservada, está recebendo acompanhamento psicológico e deve contar com assistência jurídica para recuperar parte do prejuízo.
O caso serve de alerta para milhares de famílias brasileiras que confiam a administração dos bens de parentes idosos a outros membros da família. Especialistas recomendam o acompanhamento constante das finanças dos idosos, mesmo quando existe aparente confiança entre as partes.
A Polícia segue com as investigações e não descarta o envolvimento de terceiros. O inquérito será encaminhado ao Ministério Público nos próximos dias.
Nota: A Caixa Econômica Federal informou que colabora com as investigações e que não há registro de funcionária com o nome citado pela suspeita. O banco reforça que seus colaboradores jamais pedem informações ou valores por meio de redes sociais ou contatos informais.