Por Francisco vaz
É muito triste e desesperador perceber o descaso generalizado como graves e históricos problemas do Estado são tratados.
É sabido que a ausência total em investimentos reais em Educação e políticas públicas efetivas fabricam uma horda de pessoas com pouco ou nenhum senso de humanidade.
Então, tratamos todos os casos estarrecedores como se não tivessem uma base comum. Proíbem jogos de futebol com a participação de torcida única, como se a animalidade fosse exclusividade de falsos torcedores, mas não relacionam a violência desses grupos com um dado assustador do carnaval de rua de Rio, segundo o qual, a cada 3 minutos, uma mulher sofreu algum tipo de violência. Agem como alguém cujo teto está todo danificado, mas que tenta resolver o problema das goteiras, colocando baldes sob elas.
Em pleno séc. XXI, o discurso de ódio é escancarado pelas redes sociais e provados todos os dias nas vias públicas; ainda assim, seguimos na ignorância ou na ilusão de que todos os absurdos vividos são casos isolados.
Um povo, realmente educado, transforma informação em conhecimento, adoece menos, é mais humano, logo desenvolve a verdadeira empatia. A angústia de atestar a obviedade disso aumenta à medida em que os anos avançam e nada, absolutamente nada, muda; ao contrário, todas as chagas só fazem crescer. Contudo, recuso-me a acreditar que estamos condenados à ingerência de nossa teimosia em apostar todas as fichas em políticos oficiais, em detrimento de uma consciência coletiva de que a sociedade só é capaz de evoluir numa perspectiva ascendente e não descendente.