O Senado Federal aprovou uma proposta que promete mudar a forma como o brasileiro consome chocolate. A partir de agora, os produtos que forem rotulados como “chocolate” deverão conter um percentual mínimo de cacau, o ingrediente que dá origem ao sabor tão apreciado por milhões de pessoas no país.
A medida estabelece critérios distintos para cada tipo de chocolate. O chocolate amargo, conhecido por seu sabor mais intenso, deverá conter ao menos 35% de cacau em sua composição. Já o chocolate em pó, bastante utilizado em receitas domésticas e industriais, deverá ter um mínimo de 32%. O tradicional chocolate ao leite terá que apresentar pelo menos 25%, enquanto o chocolate branco, mesmo sem conter massa de cacau, precisará ter ao menos 20% de manteiga de cacau.
A proposta foi bem recebida por especialistas da área de saúde e nutrição, que apontam os benefícios do cacau à saúde, como sua ação antioxidante e anti-inflamatória, além de conter substâncias que promovem o bem-estar, como a feniletilamina e a teobromina. Para muitos, essa mudança é também uma forma de proteger o consumidor de produtos com alta concentração de açúcar e gordura, mas com pouco ou nenhum valor nutricional real ligado ao cacau.
Do ponto de vista econômico, a medida também pode impulsionar a produção nacional de cacau, beneficiando agricultores e a cadeia produtiva como um todo. O Brasil é um dos maiores produtores do fruto no mundo, especialmente nos estados da Bahia e do Pará, e o aumento da exigência de cacau nos produtos pode estimular a valorização desse setor.
Ainda não foi divulgado um prazo exato para a entrada em vigor das novas regras, mas espera-se que o mercado tenha um período de adaptação. Fabricantes terão que revisar fórmulas, rótulos e estratégias de marketing, o que poderá impactar os preços e a variedade de produtos disponíveis nas prateleiras.
Para os amantes de chocolate, fica o alívio: em breve, o que estiver escrito no rótulo será mais próximo do que se espera ao abrir a embalagem — mais sabor, mais qualidade e mais cacau.