Seis anos após a tragédia de Brumadinho, Minas Gerais, a Polícia Civil identificou mais uma vítima do rompimento da barragem da Vale. Maria de Lurdes da Costa Bueno, de 59 anos, foi reconhecida por meio de exame antropológico após a localização de fragmentos de seu corpo, incluindo um fêmur com prótese.
O desastre, ocorrido em 25 de janeiro de 2019, deixou 272 mortos, além de impactos ambientais e sociais devastadores. Desde então, equipes especializadas continuam o árduo trabalho de busca por desaparecidos, um esforço que se mantém mesmo após anos do ocorrido. Com a identificação de Maria de Lurdes, o número de vítimas oficialmente reconhecidas aumenta, enquanto oito pessoas ainda permanecem desaparecidas.
A Luta Pela Identificação
A identificação de Maria de Lurdes só foi possível graças ao trabalho incansável da Polícia Civil e do Instituto Médico Legal (IML), que utilizam técnicas avançadas para reconhecer os restos mortais encontrados ao longo dos anos. No caso dela, o exame antropológico foi crucial, especialmente devido à presença de uma prótese no fêmur, um detalhe que ajudou os peritos a chegarem à confirmação de sua identidade.
Esse processo de identificação é um dos mais complexos já enfrentados pelas autoridades forenses do Brasil. Devido à violência do rompimento da barragem, os corpos das vítimas foram arrastados por quilômetros em meio a um mar de lama tóxica, dificultando a recuperação e a preservação dos restos mortais. Mesmo assim, as equipes nunca interromperam as buscas, proporcionando algum alívio às famílias que ainda aguardam respostas.
Dor e Esperança
Para os familiares das vítimas, cada nova identificação representa um misto de dor e alívio. Dor, porque reabre feridas que nunca cicatrizaram; alívio, porque finalmente podem enterrar seus entes queridos e encerrar um ciclo de incerteza. A tragédia de Brumadinho não foi apenas um desastre ambiental e humano, mas também um trauma coletivo que ainda reverbera na vida de muitas famílias.
Organizações de vítimas e sobreviventes continuam exigindo justiça e responsabilização dos envolvidos. A Vale, responsável pela barragem que se rompeu, já foi alvo de inúmeras ações judiciais, mas muitos consideram que a punição ainda é insuficiente diante da magnitude da tragédia.
Seis Anos de Buscas e Justiça em Curso
Desde o colapso da barragem, o trabalho de buscas e identificação se tornou uma missão contínua. Equipes especializadas utilizam tecnologia de ponta, drones, escavações minuciosas e análise de DNA para recuperar o máximo de vítimas possível.
Embora seis anos tenham se passado, a memória da tragédia permanece viva. Cada identificação reacende o debate sobre a segurança de barragens no Brasil e a necessidade de maior fiscalização para evitar que desastres como esse voltem a acontecer.
A história de Maria de Lurdes da Costa Bueno se junta à de tantas outras vítimas dessa tragédia, mas também reforça o compromisso das autoridades e familiares em garantir que ninguém seja esquecido. Enquanto houver desaparecidos, as buscas continuarão, mantendo viva a esperança de trazer algum conforto a quem ainda aguarda por respostas.