A Polícia Civil do Rio de Janeiro iniciou nesta quarta-feira (19) uma operação contra uma quadrilha especializada em furtos a apartamentos na Zona Sul do Rio. Segundo as investigações da 14ª DP (Leblon), os ladrões vinham de São Paulo e invadiam residências em Ipanema, Copacabana e Leblon em busca de joias, bolsas de grife e relógios de luxo.
Os criminosos, munidos de documentos falsos, alugavam carros na capital paulista e dirigiam até o Rio, onde se hospedavam em hotéis. Para escolher os alvos, eles tinham acesso a listas clandestinas com nomes e dados de pessoas que adquiriram esses bens. Outra forma de selecionar as vítimas era através das redes sociais, focando em pessoas que ostentavam tais bens.
Com os alvos definidos, os bandidos passavam a vigiar os endereços em busca de vulnerabilidades na segurança. Os ladrões só invadiam os imóveis se tivessem certeza de que estariam vazios, chegando a ligar para telefones fixos para garantir que não havia ninguém. Um comparsa sempre aguardava dentro do carro, pronto para uma fuga imediata, enquanto outro ficava na rua, caso a vítima retornasse.
Uma das vítimas relatou o ocorrido, onde o porteiro permitiu a entrada de um estranho apenas dizendo o nome de um membro da família. “Não tinha ninguém na minha casa. Ele entrou e ficou quase duas horas lá dentro. Quase tudo que ele roubou foi dado por pessoas que não estão mais vivas. Tem valor emocional imenso. É história da minha vida”, disse.
O material furtado no Rio de Janeiro era revendido a receptadores em São Paulo, para não levantar suspeitas. Nesta quarta, a Polícia Civil realizou buscas nas casas de integrantes da quadrilha em São Paulo, nos bairros Várzea Paulista e Liberdade. Os chefes da quadrilha pertencem ao Primeiro Comando da Capital (PCC), que é de São Paulo. Os criminosos têm até advogados que monitoram os processos em que eles são citados no Tribunal de Justiça do RJ e conseguem saber quando haverá pedido de busca ou prisão pelos furtos.



