Um caso chocante de violência e abuso espiritual vem à tona em Belém (PA), onde uma mulher identificada como Flávia Cunha Costa, de 42 anos, morreu em condições alarmantes de desnutrição severa, após meses de cárcere privado e maus-tratos dentro da casa de um casal que se apresentava como líderes religiosos.
A “pastora” Marleci Ferreira de Araújo e seu marido, Ronnyson dos Santos Alcântara, foram presos preventivamente em 4 de julho de 2025, acusados de manter Flávia em condições sub-humanas e submetê-la a supostos rituais de “purificação espiritual”.
🏠 A Casa do Terror
Desde maio de 2025, Flávia vivia com o casal na residência deles, localizada em um bairro de Belém. Segundo investigações da Polícia Civil, ela estava visivelmente magra, fraca e emocionalmente abalada. A mulher era submetida a violência psicológica, impedida de sair e obrigada a realizar tarefas domésticas enquanto recebia alimentos de forma extremamente limitada.
Uma denúncia anônima feita em 15 de maio alertou as autoridades sobre o possível cárcere. A delegada responsável pelo caso, Bruna Paolucci, relatou que, ao chegar ao local, encontrou indícios claros de privação de liberdade, maus-tratos físicos e emocionais, além de evidências de alienação mental com base em manipulação religiosa.
⚠️ Morte por Desnutrição
No dia 19 de junho, Flávia foi levada ao Pronto-Socorro do Guamá, já em estado gravíssimo. Os médicos tentaram reverter o quadro, mas a paciente não resistiu. O laudo oficial apontou desnutrição extrema como causa da morte, levantando suspeitas ainda mais graves sobre o tipo de tratamento que vinha sofrendo dentro da casa.
⛪ Seita e Maus-Tratos em Nome da Fé
As investigações revelam que o casal preso liderava um grupo religioso suspeito de práticas abusivas, sob o pretexto de promover a “purificação espiritual”. De acordo com relatos colhidos até o momento, pelo menos 13 pessoas podem ter sido vítimas do mesmo tipo de doutrinação, maus-tratos e privações.
Há indícios de que a autoridade espiritual da pastora era usada para coagir fiéis, principalmente mulheres em situação de vulnerabilidade, a aceitar abusos físicos e psicológicos como parte de um processo de libertação espiritual.
🚨 Prisão e Desdobramentos
Após a confirmação da morte de Flávia e a apuração dos abusos, a Justiça do Pará decretou prisão preventiva para o casal. Ambos permanecem detidos à disposição da Justiça, enquanto a polícia continua colhendo depoimentos e buscando outras vítimas.
A população local está em choque, e o caso gerou revolta nas redes sociais. Vídeos com reportagens e entrevistas de vizinhos circulam amplamente na internet, ampliando o debate sobre líderes religiosos que usam a fé como instrumento de manipulação e crueldade.
O caso segue sob investigação e pode resultar em acusação formal por homicídio qualificado, cárcere privado, maus-tratos e formação de grupo criminoso.